Nesta segunda-feira (08/08) o ministro da educação, Mendonça Filho esteve em Caruaru para solenidade na Asces, a visita marca a chancela por parte do MEC da instalação do Centro Universitário Tabosa de Almeida – UNITA. A Associação Caruaruense de Ensino Superior e Técnico (Asces) contará com um novo e importante capítulo em sua trajetória. A instituição recebe o ministro da Educação, Mendonça Fillho, para Ato de Credenciamento de transformação da Faculdade Asces que torna-se o Centro Universitário Tabosa de Almeida (Asces-Unita). Resultado de um trabalho que vem do desbravamento educacional que somam-se mais de 57 anos de existência. A educação superior do interior do Norte e Nordeste do País teve como precursora a Asces. Isso porque, no ano de 1959, a instituição implantou as primeiras faculdades de todo o interior dessas duas regiões: de Direito e, alguns anos depois, a de Odontologia. O pioneirismo da Asces foi tão importante que a cidade de Caruaru tornou-se reconhecida nacionalmente com fortes valores na promoção da educação. Há cerca de 58 anos a Asces promove oportunidades de conhecimento por meio do ensino, da extensão universitária e da pesquisa. Reunindo, diariamente, uma ampla comunidade de mais de cinco mil pessoas, entre estudantes, profissionais e a comunidade em geral. São oferecidos 17 cursos de graduação superior, oito cursos de formação técnica, mais de 40 projetos de extensão universitária e inúmeras ações que promovem os valores institucionais da organização que, apesar de privada, não tem finalidade lucrativa e é uma Instituição Comunitária.

Conversamos com Paulo Muniz, reitor da Asces-Unita, sobre a nova fase da IES:
 

1- O que é um Centro Universitário? O que diferencia uma faculdade de um centro universitário?

Paulo Muniz – Ser um Centro Universitário é um status acadêmico. No Brasil existem três status acadêmicos: faculdades, centros universitários e universidades. As faculdades, em sua grande maioria, se restringem à oferta de ensino. Os centros universitários e as universidades, além das atividades de ensino, voltam as suas atenções, também, para as áreas da iniciação científica, da pesquisa e também para os projetos de extensão, que são aqueles que produzem algum tipo de intervenção social.

 

2- Na prática, o que muda para os estudantes? Para os que já são alunos da instituição e para os que pretendem tornar-se?

Paulo Muniz – A Asces foi reconhecida e credenciada pelo Ministério da Educação como um Centro Universitário, exatamente porque já desenvolvia muitas atividades de iniciação científica, de pesquisa e por consistentes projetos de extensão, fruto do compromisso social que sempre norteou a instituição. Portanto, o credenciamento da Asces vem coroar uma série de atividades acadêmicas que já eram desenvolvidas e que agora ficam potencializadas a partir do credenciamento. Para os estudantes, na prática, a principal diferença será a agilidade para o início de atividades que, antes, dependiam de autorização prévia do Ministério da Educação. Isto ocorre porque o Centro Universitário possui mais autonomia que as faculdades e, com isso, adquire mais agilidade. Por exemplo, os Centros Universitários podem criar cursos sem a necessária autorização prévia do Ministério da Educação, podem ampliar o número de vagas dos cursos existentes, podem oferecer cursos experimentais, inéditos, por conta da autonomia que a instituição possui. Podem, ainda, submeter, aos órgãos do MEC, projetos de pesquisa e de cursos de mestrado e de doutorado, em condições mais favoráveis.

 

3- Está nos planos da Asces, então, ampliar esse número de vagas e de cursos?

Paulo Muniz – Sim, já está no nosso planejamento e vamos começar a trabalhar para isso já a partir deste semestre.

 

4- O ministro interino vem à Caruaru na segunda-feira para participar da cerimônia de assinatura do credenciamento?

Paulo Muniz – Exato. O processo de credenciamento dos Centros Universitários é um processo longo. Existem várias etapas de avaliação para saber se a instituição possui mesmo as características que eu já descrevi. O nosso processo começou em 2013, e se encerrou agora, em 2016. O que o ministro Mendonça Filho vem fazer na Asces é realizar a solenidade de assinatura da portaria de credenciamento, o que ocorrerá após um processo de avaliação que demorou três anos. A cerimônia de credenciamento em si é muito breve: é a assinatura de uma portaria, seguida de alguns pronunciamentos. Todavia, é fruto de um árduo trabalho coletivo e da credibilidade que adquirimos por esse trabalho.

 

5- Em alguma medida, a sua participação no Conselho Estadual de Educação de Pernambuco e na diretoria da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior influenciaram esse processo?

Paulo Muniz – Certamente, não. Todo o processo de avaliação a que me referi é institucional e muito exigente. Uma comissão do Ministério da Educação veio, há algum tempo atrás, para avaliar a Asces em 51 dimensões diferentes da sua organização, da sua infraestrutura, do seu projeto pedagógico e das muitas atividades que a instituição realiza. Em quase 80% dessas dimensões a avaliação da Asces recebeu os conceitos 4 e 5, ou seja, os conceitos bom e excelente. Posteriormente, o Conselho Nacional de Educação emitiu um parecer, o qual foi bastante elogioso, e que foi aprovado por unanimidade. Foi isso que fez com que a Asces recebesse esse credenciamento de Centro Universitário, não havendo nenhuma intervenção ou presença política para essa decisão.

 

6- Em Pernambuco existem outros Centros Universitários?

Paulo Muniz – Sim. Em Pernambuco existem dois outros. A Uninassau, em Recife, e, em Caruaru, a Unifavip. A Asces, porém, é o primeiro Centro Universitário de natureza comunitária, sem finalidade de lucro. Este fato é relevante porque evidencia que, para a Asces, tanto a oferta de educação superior de qualidade, quanto a sua dedicação e compromisso social possuem igual importância. A ASCES/UNITA, portanto, será o terceiro Centro Universitário credenciado do Estado de Pernambuco, mas o primeiro de natureza comunitária.

 

7- A Asces deverá passar a ser chamada agora de Unita?

Paulo Muniz – O Centro Universitário foi credenciado com o nome “Centro Universitário Tabosa de Almeida”, que gera a sigla Unita. Vamos trabalhar, a partir de agora, as duas marcas: a marca da Asces, a marca da mantenedora, que é a Associação Caruaruense de Ensino Superior; e a marca da Unita, que é o nome da mantida, da instituição credenciada. Portanto, agora nos chamaremos de Asces/Unita. Essa será a nossa marca, agora. E é importante esclarecer que nome de Tabosa de Almeida é em homenagem àquele que foi o fundador da instituição e quem viabilizou trazer os primeiros cursos superiores para Caruaru e para a região. Essa era uma homenagem que já gostaríamos de ter prestado antes, sobretudo após o seu falecimento, e que concretizamos, finalmente.