Micróbio criado com pouco oxigênio aumenta sua capacidade de infectar cobaias

Uma divulgação científica trouxe uma revelação surpreendente. Pesquisadores dinarmaqueses descobriram que a privação de oxigênio em bactérias as tornam mais infecciosas do que as que se multiplicaram num ambiente onde não havia escassez do precioso gás.

A bactéria Listeria monocytogenes encontrada em alimentos como laticínios, verduras, embutidos e carnes cruas pode causar meningite, pneumonia e até fazer com que mulheres grávidas dêem à luz bebês com deficiência mental.

Bjarke Christensen e Tine Licht, do Instituto Nacional de Alimentos da Dinamarca, investigadores do comportamento da bactéria afirmaram que a importância do estudo é saber exatamente em quais circunstâncias a Listeria monocytogenes representa maior ameaça.

Os pesquisadores resolveram comparar como duas colônias do microrganismo — uma criada com escasso suprimento de oxigênio, outra com ar à vontade — acabariam se dando na hora de infectar porquinhos-da-índia.

De acordo com o estudo, o resultado obtido mostrou que as bactérias criadas sob condições de privação se mostraram cerca de 100 vezes mais invasivas que as que cresceram na abundância. Isso ficou claro nas amostras de fezes dos bichos que as receberam, bem como nos órgãos internos dos porquinhos-da-índia.

Uma das hipóteses divulgadas pode ser que a falta de oxigênio esteja favorecendo a ação de um gene da bactéria que a ajuda a ficar grudada nas células do intestino. Dessa forma, ficaria mais fácil para as versões "sofridas" da bactéria a tarefa de promover a infecção.

O estudo está na revista científica "BMC Microbiology".

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