29 médicos do Estado pediram demissão, ontem, na sede da Secretaria Estadual de Saúde (SES), no Recife. Os profissionais trabalham nas emergências dos Hospitais da Restauração (HR), Getúlio Vargas (HGV) e do Otávio de Freitas (HOF) e continuarão exercendo a profissão por 30 dias, tempo do aviso prévio. A previsão do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) é que pelo menos 80 dos 120 ortopedistas dos três grandes hospitais da capital entreguem, ainda essa semana, seus pedidos de desligamento.

De acordo com Mário Jorge Lobo, secretário-geral do sindicato, o número de pedidos de exoneração chegará a 200. "Cerca de 80% dos médicos que enviaram cartas ao Simepe atuam em emergências. O serviço público conta com seis mil profissionais de saúde em todo o Estado", declarou o secretário.

A classe alega que as demissões estão acontecendo devido ao descaso do governo em relação às negociações, que devem ser anuais. A Secretaria Estadual de Saúde declarou que os pedidos de exoneração foram protocolados, mas que vai analisar as cartas para se manifestar oficialmente sobre o assunto. A assessoria de comunicação informou que é preciso saber o tipo de vínculo dos médicos que solicitaram demissão. A SES, no entanto, garantiu que serão tomadas as medidas necessárias para assegurar o atendimento à população. A proposta do governo, rejeitada pela categoria, foi de 48,27% para plantonistas.