Nove pessoas acusadas de integrar uma quadrilha de fraudes a vestibulares estão na mira do Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco. Nesta semana foi requerido junto à Justiça Federal a condenação dos acusados. Entre os possíveis crimes praticados pelo bando estão fraudes em concursos vestibulares de universidades do Recife, João Pessoa (PB) e Belém (PA), falsificação de documentos públicos e formação de quadrilha.

O procurador da República Luiz Vicente Queiroz argumenta que os documentos apreendidos, bem como os depoimentos dos envolvidos e testemunhas, não deixam dúvidas sobre a prática dos crimes. Conforme apurado pelo MPF, a maioria das fraudes era para ingresso no curso de medicina da Universidade Federal de Pernambuco.

Desde 2000, o MPF havia denunciado 12 pessoas, das quais sete eram alunos que contrataram o serviço fraudulento. Porém, o crime atribuído a três desses estudantes já prescreveu, tendo em conta que o prazo prescricional é reduzido de metade porque eles eram menores de 21 anos à época dos fatos.

Ação do bando

A suposta quadrilha agia da seguinte forma: o interessado na aprovação abria uma conta bancária conjunta com Francisco Alves Godim Neto – apontado pela MPF como mentor intelectual do crime – na qual era depositado o valor cobrado para execução da fraude, que variava de 15 mil a 20 mil reais. Se houvesse a aprovação no vestibular, o dinheiro era resgatado por Francisco. Em caso contrário, o valor era devolvido ao candidato. 

Francisco Alves era ajudado de mais três pessoas que falsificavam os documentos para que o aluno interessado em passar no vestibular fosse substituído, na realização das provas, pelos chamados dublês – pessoas pagas para fazer os exames. Uma quinta pessoa também integrava o grupo como aliciadora dos dublês.