Quase uma vítima por hora, sendo 20 crianças intoxicadas por dia. Essas são as estatísticas de intoxicações em menores de cinco anos de idade, de acordo com um levantamento feito pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), coordenado pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (Icict) da Fiocruz. O estudo mostrou que em apenas um ano foram registradas no Brasil mais de 80 mil casos de intoxicações e, em quase 25% das notificações, as vítimas tinham até cinco anos.

Entre as medidas apontadas por especialistas para minimizar os riscos de acidentes domésticos, está o cuidado de não estocar medicamentos em casa, após o término do tratamento. O médico sanitarista Jorge Sayde, da Gerência Geral de Toxicologia da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), alerta que as crianças são as mais expostas ao problema. "Os adultos tomam remédios, depois largam dentro de um cestinha. As crianças acham aquilo muito bonitinho, todo colorido e aí já vai para boca", lamenta Sayde,

Uma possível solução para este problema que é considerado de saúde pública vai de encontro com a Resolução 80/2006 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sancionada em maio de 2006, que determina a farmácias e drogarias a ofereçam medicamentos em quantidades individualizadas.

A Anvisa lançou recentemente o Disque-Intoxicação (0800 722 6001). Por meio dele, a população pode receber orientações sobre as primeiras providências em casos de intoxicação. Agora, o sanitarista da Anvisa defende uma campanha de conscientização para convencer os brasileiros a não usar produtos tóxicos no serviço de limpeza doméstica.