O primeiro está em Minas Gerais. É o OASI – sigla para Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica.

Construído pelo Observatório Nacional (ON) do Rio de Janeiro e em operação desde 2011, o OASI foi credenciado em fevereiro pelo Centro de Corpos Menores da União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) sob o código Y28 OASI. Com isso, passou a integrar a listagem oficial dos observatórios astronômicos reconhecidos pela entidade máxima da astronomia mundial.

“O OASI recebeu essa designação [Y28.] porque observamos por meio dele objetos menores descobertos por outros monitoramentos astronômicos internacionais e enviamos as coordenadas deles para o IAU para o aprimoramento de suas órbitas”, disse Daniela Lazzaro, pesquisadora do Observatório Nacional, à Agência FAPESP.

A pesquisadora apresentou um balanço das atividades do OASI durante a 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada entre 21 e 26 de julho, em Recife (PE).

De acordo com Lazzaro, o Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica foi concebido para atender ao projeto Iniciativa de mapeamento e pesquisa de asteroides nas cercanias da Terra no Observatório Nacional (Impacton).
Desenvolvido em colaboração com instituições de pesquisa em astronomia do exterior dedicadas ao tema, o projeto faz parte de uma rede de programas internacionais de busca e seguimento de pequenos corpos do Sistema Solar – como asteroides e cometas – em risco de colisão com a Terra.

Com diâmetros variados, alguns desses objetos celestes podem colidir com a superfície terrestre, abrindo crateras e destruindo pequenas ou grandes áreas, dependendo de seu tamanho.

Alguns dos desafios para detectá-los por meio de telescópios, segundo Lazzaro, é que são objetos muito pequenos e não têm luz própria – só refletem a luz do Sol. Muitos deles são observados apenas quando suas órbitas se aproximam muito ou cruzam com a da Terra – como aconteceu em fevereiro, na Rússia, quando fragmentos de um meteoro de 40 metros de diâmetro caíram em uma cidade do sul do país, ferindo mais de mil pessoas.

Além disso, embora os quase mil asteroides grandes o suficiente para causar o fim da humanidade se suas órbitas cruzarem com a Terra já estejam quase todos mapeados, só se conhecem 5 mil dos 100 mil pequenos corpos celestes que se estimam existir no Sistema Solar, ressaltou a pesquisadora.

“O grande problema é que há uma população imensa de pequenos objetos que ainda não foi detectada. Como os grandes objetos são maiores e mais brilhantes, é possível observá-los com antecedência. Já no caso dos objetos menores, não”, disse Lazzaro.

Matéria completa clique aqui.

Fonte: Agência FAPESP