Desastres naturais com grande número de mortos, acidentes aéreos ou ataques terroristas desafiam os profissionais de Medicina Forense. Esses e outros são exemplos em que a identificação rápida e correta das vítimas de acidentes é muito difícil.

Com pedido de patente depositado pela Agência Unesp de Inovação (AUIN), o kit é específico para indivíduos pertencentes a populações com alto grau de miscigenação (alta variabilidade genética).

Segundo a AUIN, a identificação genética de um indivíduo está baseada na combinação de diversos marcadores que são herdados de seus progenitores. No caso do Brasil, a população apresenta alta taxa de miscigenação, o que torna sua caracterização genotípica ainda mais difícil.

A demora na identificação das vítimas é um importante problema de saúde pública, em consequência do grande número de casualidades. A identificação genética é fundamental não apenas para o reconhecimento das vítimas por seus familiares, mas também para investigações criminais e processos judiciais.

A tecnologia desenvolvida na Unesp apresenta alta sensibilidade, utilizando apenas 10 picogramas (trilionésimos de grama) de DNA, o que permite a identificação de amostras degradadas ou com pequena quantidade de material genético como, por exemplo, fragmentos de cabelo sem raiz ou amostras parcialmente carbonizadas. A tecnologia também apresenta alta especificidade visto que utiliza 42 marcadores para identificação enquanto testes similares utilizam apenas 16 marcadores.

O desempenho do kit foi validado em 160 amostras de sangue da população brasileira. O pedido de patente da tecnologia foi depositado pela Agência Unesp de Inovação (AUIN).

O desenvolvimento é resultado do trabalho dos pesquisadores Regina Maria Barretto Cicarelli, Greiciane Gaburro Paneto, Heidi Pfeiffer e Stephan Köhnemann.

Mais informações: http://unesp.technologypublisher.com/technology/10809 e auin@unesp.br.
 
Fonte: Agência FAPESP