A prevenção e o combate ao câncer bucal são as principais missões do projeto Asa Branca, do curso de Odontologia da Asces-Unita, que desde 2015 até aqui já realizou mais de 200 mil atendimentos. Idealizado pelo professor Uoston Holder, já falecido, e aprovado pelo Ministério da Saúde, o projeto é coordenado por professores, mestres e doutores, através de ações educativas, buscas ativas e de popularização do autoexame oral, além de cursos de qualificação para profissionais atuantes no SUS.

 

Até aqui, o projeto já visitou 56 municípios com a realização de 98 campanhas, na Zona da Mata Sul e Norte, Agreste e Sertão pernambucanos, Sertão da Paraíba, Agreste da Borborema, passando por municípios paraibanos como Princesa Isabel, Boqueirão e Queimadas, chegando até Canindé de São Francisco (SE). As cidades encaminham solicitações para a Asces e depois recebem a campanha. Outros setores da sociedade também podem solicitar, desde que observadas as orientações para a realização.

O projeto Asa Branca tem parcerias com instituições de ensino como a UFPE, a UNP (RN), instituições da rede municipal de Saúde local, clínica privada de diagnóstico por imagem e outras instituições integrantes da rede SUS, como CEOC (Centro Especializado de Oncologia de Caruaru), Hospital Mestre Vitalino, Hospital Santa Águida e Hospital Regional do Agreste.

A partir do quarto período, os estudantes participam do Asa Branca, formando equipes com outros estudantes dos períodos finais. Juntos, eles identificam a prevalência de manifestações patológicas de lesão bucais, integrando ações de prevenção e tratamento do câncer bucal. “Os pacientes que apresentem qualquer sinal de alteração nas estruturas orais são encaminhados para a Clínica do Projeto Asa Branca na Asces, além do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), para realizações de diagnósticos e tratamento, inclusive realização de biópsia”, cita o professor Leógenes Maia.

 

Na prática, as pessoas da comunidade são examinadas numa ação de busca ativa, com deslocamento dos alunos até as residências, sempre acompanhados por profissionais da rede de saúde local. Além do exame, eles fazem as orientações de higiene oral e dos cuidados com fatores de risco. Nos casos de diagnóstico de lesões que não possam ser tratadas no município é realizado um agendamento, com data e hora para consulta na Asces, seguida pelo tratamento clínico e cirúrgico de acordo com a patologia. “Nos casos que necessitem de equipe multidisciplinar para tratamento oncológico, os pacientes são referenciados para essas clínicas especializadas”, comenta Leógenes.

 

A professora Danielle Lago observa que as ações do projeto Asa Branca qualificam os estudantes para a identificação das lesões mais incidentes na cavidade bucal, despertando-os para a importância da realização de prevenção do câncer. “Além disso, serve de fonte para conhecimentos científicos aos alunos de graduação e pós-graduação, tornando-os profissionais mais humanos e comprometidos com a realidade local e nacional, oportunizando ainda a vivência de diferentes realidades sociais tão importantes na formação dos profissionais de saúde”, opina.