Brasileiro gasta R$ 63 bilhões em remédio
A alta de 5,85% no preço dos produtos no início do mês não inibirá o consumo, segundo revela pesquisa do Ibope Inteligência, prevendo crescimento de 13% nas vendas em relação a 2011. A classe C é o grande destaque da pesquisa, respondendo, ao lado da classe B, por 80% desse negócio bilionário. Depois de comprar eletroeletrônicos, carros, linha branca (geladeira e fogões) e imóveis, a classe C, agora, está preocupada com a saúde.
A funcionária pública Marly Licassali, 49 anos, é um bom exemplo. Todo mês ela gasta R$ 350, mais do que o dobro do salário mínimo, de R$ 622, com produtos para combater o entupimento em uma das veias do coração (Selozok, Aspirina Prevent e Rusovas), para tireóide (Levotiroxina) e para emagrecimento. Marly diz, aliviada, que o risco de cirurgia foi descartado pelos médicos, porém os remédios irão acompanhá-la pelo resto da vida. “O valor cobrado pelas farmácias é bem alto, mesmo com desconto. Mas não tem jeito, tomar remédio virou obrigação”, lamentou Marly.
De acordo com a ferramenta Pyxis Consumo, do Ibope, que monitora os gastos familiares, o consumo per capita anual de remédios deve atingir R$ 386,43 este ano. Só as classes C e B devem deixar R$ 50 bilhões nas redes de farmácias e drogarias. A classe A, que corresponde a apenas 2,6% dos domicílios analisados, tem potencial de consumo de R$ 6,55 bilhões, o que representa 10% do volume.
A campeã de consumo é a região Sudeste, que registrou a maior procura por medicamentos com 51,5% do total, seguida pela Sul, com 17,35%, e Nordeste, com 17,5%. Na contramão, ficou a região Norte, que representa apenas 5,51% do consumo. Porém, o menor consumo per capita foi registrado na região Nordeste de apenas R$ 280.
Do Correio Braziliense