Durante as atividades comemorativas do Dia do Fisioterapeuta, nesta quinta-feira (13/10), o curso de Fisioterapia da Faculdade Asces promoveu palestra com a participação de estudantes e profissionais sobre realidade virtual. A Mestranda em Fisioterapia, Marcela Moreira, foi convidada para abordar a seguinte temática: “Utilização da Realidade Virtual como ferramenta auxiliar no tratamento fisioterapêutico”.

Atualmente, o assunto até parece ser novo, mas não é. Por isso, para iniciar a abordagem temática, Marcela contextualizou historicamente as primeiras utilizações de Realidade Virtual e depois mencionou a evolução para o uso enquanto instrumento terapêutico.

Os simuladores de vôos, criados na época da II Guerra Mundial, são os primeiros anúncios de realidade virtual conhecidos. Anos depois, com a apropriação pela indústria do entretenimento, esses recursos começaram a chamar a atenção de um público ainda maior. Mas, foi apenas na década de 1960 que surgiram os primeiros estudos científicos sobre realidade virtual e em mais de vinte anos depois, em 1986, a NASA é quem começou a trabalhar realmente com a RV.

No ambiente fisioterapêutico, as principais vantagens do uso da realidade virtual vão desde o incentivo a atividade física, uma mudança conceitual de apenas cinco anos. É justamente neste período que outros elementos de RV começam a desmistificar os conceitos de sedentarismo, promovendo diversas formas de movimento do corpo, ou seja, os jogos começam a exigir dos participantes mais mobilidades. Um exemplo disso é o Nitendo Wii, mas, disse a palestrante, RV não deve se limitar exclusivamente à games. “As principais vantagens de instrumentos de realidade virtual em tratamentos na área da fisioterapia são os estímulos visuais, auditivos e sensoriais, feedback e o próprio armazenamento de dados”, comentou.

Na hora de utilização desses recursos, a fisioterapeuta alerta que é preciso lançar mão de outras técnicas associadas, bem como adequar os jogos à faixa etária e classe social, por exemplo. “Não adianta usar um game de golfe no Brasil, que é um esporte elitizado e não condiz com a nossa realidade nordestina, por exemplo”, comentou a especialista. Além disso, há uma necessidade de alinhamento entre os objetivos do tratamento e o game, além da associação de outras terapias. “Será que o jogo, apenas ele, vai proporcionar o meu objetivo? Deve sempre ser esta a preocupação na hora de usar mão desses recursos”, disse Marcela.

Mas, a RV não tem apenas pontos positivos. As principais desvantagens estão ligadas principalmente ao alto custo dos equipamentos e dos tratamentos, além da escassez de pesquisas que comprovam cientificamente os benefícios gerados por esses recursos.