A Em¬presa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e o Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB) firmaram, ontem, em Paris, na França, um contrato de 150 milhões de euros – verba de orçamento da empresa brasileira a ser investida em seis anos. O montante é para que a estatal francesa forneça, até o fim do mesmo período, aproximadamente mil equipamentos e sistemas, monte e qualifique este maquinário, valide todo o processo de produção e garanta, a partir de 2014, o funcionamento da fábrica brasileira, atualmente em construção no município de Goiana, Zona da Mata de Pernambuco.

Hoje, o Governo Federal despende cerca de R$ 800 milhões por ano com a importação dos seis tipos de hemoderivados de maior consumo no mundo (albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, complexo protrombínico e fator de Von Willebrand), fornecido também pela empresa francesa. O LFB é o parceiro da Hemobrás na transferência de tecnologia da fábrica, após participar de uma concorrência pública internacional para este fim em 2007.

Esse primeiro contrato foi assinado ao custo de R$ 16 milhões, mais 5% de royalties a serem pagos ao LFB durante dez anos, após o início da operação do parque fabril brasileiro. “Nosso objetivo é que essa importação seja reduzida a partir do momento em que os produtos sejam produzidos aqui. Em cinco anos, queremos reduzir o montante gasto na importação em 40%. Para dez anos, trabalhamos para não ter gastos com aquisição desses produtos, inclusive, oferecendo mais hemoderivados”, estimou o presidente da Hemobrás, Romulo Maciel Filho.

O documento foi assinado em Paris por ele, e pelo presidente do LFB, Christian Béchon, na presença da ministra da Saúde da França, Nora Berra. Segundo Maciel Filho, essa etapa, considerada “o recheio” da Hemobrás, deve acompanhar o processo da construção civil. “Até dezembro, a empresa inaugura os dois primeiros prédios da fábrica (câmara fria e prédio para abrigar geradores). Em maio, liberou a ordem de serviço para a segunda fase das obras da fábrica, que contempla 12 dos 19 prédios da unidade fabril, com previsão de término em dois anos.

Os equipamentos são produzidos sob encomenda e começam a chegar ao Brasil em 2012. Há máquinas que levam até dois anos para serem fabricadas. Em 2013, o primeiro bloco de equipamentos em funcionamento será referente à produção da albumina, primeiro produto a ser produzido em Goiana“, explicou o presidente da Hemobrás.

Fonte: Folha de PE