Cientistas europeus descobriram como transformar, in vitro, células-tronco embrionárias em grande quantidade de neurônios do córtex cerebral, abrindo caminho, assim, a novas perspectivas para a pesquisa médica sobre enfermidades neurológicas.

Os neurônios, gerados integralmente fora do cérebro, foram transplantados por Nicolas Gaspard (ULB) Gaillard a cérebros de ratos. Ao final de um mês, o exame dos roedores permitiu constatar que os neurônios se conectaram no cérebro formando circuitos adequados.

Segundo Vanderhaeghen, esta produção (corticogenesis) in vitro constitui uma "ferramenta inovadora para a investigação" e poderia servir para testar novos medicamentos.

Na Universidade de Harvard, cientistas acreditam ter criado células-tronco para dez problemas genéticos, permitindo que pesquisadores observem o desenvolvimento das doenças em laboratório. O responsável pelos estudos, George Daley, usaram células normais da pele e da medula óssea de pessoas com uma variedade de doenças, incluindo Parkinson, Huntington e Down para produzir as células-tronco.

"A principal dificuldade para a utilização de células-tronco embrionárias é o uso destas em humanos. Isto devido a uma série de implicações éticas e legais, principalmente porque o resultado conseguido em animais de laboratório pode ser diferentes dos resultados em humanos", destacou Marcelo Paiva, docente das disciplinas de genética da Asces.