Uma constatação está chamando atenção dos médicos. O número de infartos em jovens vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Nos principais hospitais cardiológicos do país, eles representam, em média, 12% dos casos. Há dez anos, não passavam de 6%.

Os principais motivos do aumento desses índices são o estresse, o fumo, o sedentarismo e a má alimentação. Com isso, jovens na faixa etária entre 20 e 40 anos estão sofrendo mais infartos do miocárdio. Para o autor de uma pesquisa sobre o assunto, a alta incidência de fumantes entre as estatísticas é o principal fator de risco.

“Além dos antecedentes familiares – presentes em 45% dos infartados – é muito difícil encontrar um jovem que enfartou e que não fume. 91% dos casos registrados nessa faixa etária fumam”, declarou o cardiologista Marcelo Ferraz Sampaio, responsável pela sessão de biologia molecular do Instituto Dante Pazzanese.

Em dois anos, o cardiologista avaliou 249 infartados com idades entre 17 e 40 anos, 60% deles com menos de 30 anos. A maioria (60%) era homem. "Hoje o jovem está no mercado de trabalho muito cedo, passa por um estresse grande."

A boa notícia é que o infarto em jovens tende a matar menos porque, em geral, o coração deles é mais "saudável" e ainda não sofre de co-morbidades que afetam os mais velhos, como a diabetes e a hipertensão.

Tavares diz que no InCor o índice de mortalidade entre os jovens não chega a 1% -contra 10%, em média, no público acima de 50 anos. Mas é preciso levar em conta que em 50% dos casos as pessoas morrem antes de chegar ao hospital.

Não largar o cigarro pode triplicar as chances de o jovem sofrer um novo infarto, revela um estudo grego com infartados abaixo de 35 anos, em que 95% dos infartados jovens fumavam. Desses, 55% continuaram fumando e 32% sofreram novo infarto em um ano.

Com informações do Jornal Folha de São Paulo.