Uma equipe da Universidade de São Paulo realizou um levantamento na literatura científica, com o objetivo de conhecer dados referentes ao tipo de gerenciamento que vem sendo dado a utilização de mercúrio por profissionais de saúde bucal.

A iniciativa partiu devido ao risco potencial que a utilização do amálgama dentário em tratamentos odontológicos pode trazer à saúde humana.

Os artigos pesquisados foram levantados junto à base de dados BBO (Bibliografia Brasileira de Odontologia), além de outras bases eletrônicas e acervos bibliográficos da Biblioteca Central da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, no período de maio a julho de 2005.

O resultado da pesquisa foi publicado na edição de março/abril de 2008 da revista Ciência & Saúde Coletiva.

“A legislação brasileira, seguindo as normas regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e da Organização Mundial de Saúde, e também de acordo com a NBR 10004 de 2004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, estabelece como limite de tolerância biológica para o ser humano, a taxa de 33 ug Hg/g de creatinina urinária e 0,04 mg Hg/m3 no ambiente de trabalho”, cita o artigo.

A preocupação dos especialistas é quanto a contaminação que pode ocorrer por manipulação do amálgama, gotas do metal derramadas acidentalmente, remoção do excesso do mercúrio do amálgama, por amalgamadores com vazamento, por falhas do sistema de sucção, entre outros.

Dessa forma, os especialistas alertam para a importância de se adotarem medidas que reduzam os riscos relacionados ao manuseio da substância pelos profissionais de saúde bucal. “Tendo em vista que o amálgama ainda é muito utilizado na odontologia, considera-se necessário uma tomada de decisão político-administrativa que vise minimizar os riscos relacionados ao uso de amálgama em procedimentos odontológicos, voltados para a segurança ocupacional, dos indivíduos e do ambiente, baseada em diretrizes e orientações técnicas sobre seu uso, descarte e disposição final”, ressaltam no artigo.

A produção mundial de mercúrio gira em torno de 10.000 toneladas por ano para uso nas mais diversas áreas, como indústrias, mineração e odontologia, sendo o Canadá, a Rússia e a Espanha os principais produtores.

Com informações da Agência Notisa.