Após ser submetida a um transplante de fígado, uma menina australiana mudou espontaneamente de grupo sanguíneo e adotou o sistema imunológico de seu doador. Para a literatura médica, um caso sem precedentes conhecidos.

Demi-Lee Brennan, tinha nove anos quando fez o transplante. Nove meses depois os médicos descobriram que havia mudado de grupo sanguíneo e de sistema imunológico para adotar os do doador, depois que as células-tronco do novo fígado migraram para sua medula óssea.

"É sumamente insólito, de fato não sabemos de nenhum outro caso em que isto tenha ocorrido", declarou Michael Stormon, um dos médicos responsáveis pelo seu tratamento do hospital infantil de Westmead.

Para os especialistas, o caso de Brennan pode ajudar outras pessoas. “Levaremos em conta que a rejeição de órgãos do doador por parte do sistema imunológico do receptor é uma das principais barreiras para os transplantes”, afirmou Stormon. “É possível que uma infecção pós-transplante tenha permitido que as células-tronco hepáticas de seu doador tenham se proliferado em sua medula óssea, onde se desenvolveram as células sanguíneas”, concluiu.

A dificuldade está agora em estabelecer se é possível reproduzir este resultado em outros pacientes.