No último domingo, 14, o ministro da Saúde José Gomes Temporão deu um pronunciamento em cadeia nacional de televisão e rádio para alertar sobre a situação do país em relação à febre amarela. O ministro declarou que não existe epidemia da doença e salientou que não é preciso repetir a vacina em período inferior a dez anos, tempo em que a fórmula assegura a imunidade.

“Estou aqui para tranqüilizar a população sobre um assunto que está preocupando os brasileiros nos últimos dias. O temor de que esteja ocorrendo uma epidemia de febre amarela no país. Não existe risco de epidemia. O Brasil não tem casos de febre amarela urbana desde 1942. Os casos registrados de lá para cá foram todos de febre amarela silvestre, ou seja, de pessoas que contraíram a doença nas florestas”, declarou o ministro.

O interesse do Ministério da Saúde e de secretarias locais é para que apenas moradores e visitantes de regiões de risco se vacinem, evitando assim as longas filas e os transtornos gerados nos postos de saúde.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, dos 24 casos notificados até agora em todo o país, apenas os exames de Graco Abubakir, morto em Brasília na semana passada, e de uma paciente internada em São Paulo confirmaram a presença do vírus da febre amarela. Em cinco das notificações, a ocorrência da doença foi descartada.

Com a chegada do verão brasileiro, tem se intensificado a busca de vacinação em outros países. Como exemplo, a Argentina constatou uma procura recorde com filas de até cinco horas nos postos de Buenos Aires. De acordo com o jornal "Clarín", mais de oito mil turistas argentinos que passarão férias no Brasil tomaram vacina contra a febre amarela durante os três primeiros dias de campanha.

"As pessoas compareceram maciçamente para receber vacina porque gerou-se uma psicose coletiva. Não há qualquer epidemia de febre amarela", disse o médico Óscar Cavarra, do Ministério da Saúde argentino.