Delegado diz que jovem presa no Pará tem debilidade mental
Após a descoberta de mais um caso envolvendo mulheres detidas presas em celas masculinas no Pará, a Comissão de Direitos Humanos do Senado promoveu uma audiência pública com o delegado geral do Pará, Raimundo Benaffuly, e outros representantes do Senado. Em pronunciamento, Benafully disse que a menor "tem, certamente algum problema, uma debilidade mental, porque em nenhum momento manifestou sua menoridade penal".
Ao mesmo tempo, o Instituto Médico Legal do Pará, anunciava que a jovem é menor. De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança, o laudo detalhado será divulgado na quarta-feira. A jovem foi submetida a exames no dia 21 deste mês para comprovar sua idade.
Segundo a polícia, no momento em que ela foi presa, afirmou ter 20 anos. O Conselho Tutelar afirma que ela tem 15 anos. De acordo com a polícia, ela foi detida em flagrante mais de uma vez por prática de crime de furto. O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, já que envolve policiais.
Três delegados e policiais envolvidos na prisão da jovem foram afastados. Eles alegam que ela ficou na cela masculina por não haver carceragem feminina no município.
Para a justiça do Estado do Pará, a jovem responde a quatro processos que foram considerados irregulares. Ela foi processada por furto, mas os casos deveriam ter sido encaminhados para o Juizado da Infância e Juventude do Estado, pelas condições de menoridade da adolescente. Em todos os processos aparece o nome da juíza do município, a mesma que a manteve a menina presa numa cela com homens. A conduta da juíza está sendo apurada pela justiça.