Pesquisadores pernambucanos estão investigando as evidências da extinção dos dinossauros, ocorrida há cerca de 65 milhões de anos. O fato inédito é que o estudo que está sendo realizado na bacia do Paraíba, área geológica que envolve os estados de Pernambuco e Paraíba, é uma das duas na América do Sul que apresenta vestígios de queda de meteorito que pode ter sido a causa da extinção dos grandes animais no fim do Cretáceo.

Os cientistas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estão relacionando a existência de isótopos de oxigênio e de carbono nas amostras de rochas coletadas na região. Os dados são coerentes com os levantamentos de outras 75 regiões do planeta onde também foram encontrados vestígios de mudanças climáticas causadas pelo impacto.

Segundo Maria Valberlândia Silva, geógrafa e uma das responsáveis pelo estudo, o levantamento dos isótopos de oxigênio e do carbono permite calcular a oscilação da temperatura e da salinidade do oceano, além da deposição de matéria orgânica na rocha decorrente da morte de animais e plantas.

Os primeiros resultados da pesquisa foram apresentados durante o 11º Congresso Brasileiro de Geoquímica, realizado na semana passada em Atibaia (SP).

Extinção em massa
Uma cratera de 180 quilômetros de diâmetro na península de Iucatã, no Golfo do México, é uma das principais evidências da teoria da extinção dos dinossauros devido ao impacto de um meteorito.

Após o choque do meteorito, uma grande nuvem teria coberto a atmosfera terrestre, causando um resfriamento global. Outras pesquisas mostram que fenômenos anteriores à queda do meteorito aumentaram a temperatura do planeta. Os grandes animais não teriam se adaptado às mudanças bruscas no clima e acabaram extintos.

O 11º Congresso Brasileiro de Geoquímica fez parte das comemorações do Ano Internacional do Planeta Terra, com debates relacionados ao meio ambiente, educação e saúde. Uma programação paralela integrou a população de Atibaia às comemorações do ano internacional.

Com informações da Agência Fapesp.