O biólogo norte-americano James Watson, que junto com o inglês Francis Crick descobriu, em 1953, a estrutura molecular do DNA, acaba de ter seu próprio genoma seqüenciado. A divulgação aconteceu durante uma cerimônia em Houston, EUA, quando uma cópia do genoma foi entregue a ele em dois DVDs por Richard Gibbs, diretor do Centro de Seqüenciamento do Genoma Humano da Faculdade de Medicina de Baylor, e Jonathan Rothberg, fundador da companhia 454 Life Sciences.

Aos 79 anos, James Watson, já foi o ganhador do prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1962. “Pretendo tornar disponível todo genoma para pesquisadores, com uma única exceção: o ApoE4, gene que identifica quem é predisposto ao Mal de Alzheimer.  Não quero saber se terei a doença”, disse o Biólogo. Esta divulgação é para alguns cientistas a passagem para uma nova era da medicina.

A partir deste momento, a base de DNA de Watson estará disponível na base de dados pública de DNA, a GenBank. Outra seqüência completa disponível é a do cientista Craig Venter, parceiro de Watson na "paternidade" do DNA. Ele que já tinha trabalhado em 2001 sobre o seu próprio mapa, num projeto privado. Os dois pesquisadores aceitam os riscos de expor publicamente seus segredos genéticos

Discussão ética
O que está sendo visto por cientistas e políticos é quanto as implicações éticas sobre os procedimentos genéticos.  Empresas podem, por exemplo, analisar seqüências pessoais para descobrir particularidades sobre a saúde de seus empregados. “Se forem adotadas as medidas certas de ética o avanço das ciências genéticas será fundamental para a vida. Seja através da fármaco-genética ou seja na detecção de um problema”, declarou o professor Marcelo Paiva, que leciona Genética na Associação Caruaruense de Ensino Superior, Asces.

Baixo custo
Atualmente, custa quase R$ 1 milhão. Alguns cientistas acreditam que será possível decodificar o genoma de pessoas comuns quando o custo cair a US$ 10 mil ou menos, o que deve acontecer em poucos anos.