Caiu pelo segundo ano consecutivo o número de doadores de órgãos no Brasil. De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, ABTO, apenas seis em cada um milhão de pessoas doaram órgãos no país no ano de 2006. 

Desde 1997, com a criação e implantação do Sistema Nacional de Transplantes, SNT, o número de doações vinha aumentando em progressão. Os principais motivos seriam a regulação dos processos de captação e distribuição de órgãos, além de nortear as políticas públicas de transplantes. Na ocasião, havia só 2,7 doadores por milhão de habitantes.

Em 2005, o índice nacional foi de 6,3 doadores por milhão de pessoas, segundo a ABTO, a maior taxa foi constatada em 2004, período em que os índices atingiram 7,2. Para especialistas, fatores culturais e até religiosos ainda criam resistência à doação. 

A maior taxa registrada em nível mundial é na Espanha com 35 doadores para cada grupo de um milhão de pessoas.
 
No Brasil, cerca de 65 mil pessoas ainda aguardam por órgãos ou tecidos para transplante. No ano passado foram transplantados apenas 4.668 órgãos. “O que acontece no país é que mesmo que a pessoa se identifique como doadora, a captação do órgão só acontece se o hospital tiver o aval da família e esse é um dos fatores que mais atrapalham os precedimentos”, explicou Valter Duro Garcia, responsável pelo Registro Brasileiro de Transplantes, da ABTO.