Na sexta-feira (24) foi realizado, no Campus II da Asces, o II Simpósio de Diversidade Fraterna, com o tema “Um olhar fraterno sobre as diferenças”. O encontro reuniu estudantes de vários períodos de Direito e debateu a sistemática indígena e afrodescendente através do aspecto sócio cultural e jurídico, trabalhando também o direito à liberdade religiosa visualizada nas religiões de matrizes africanas e indígenas.

O evento foi promovido pelo grupo de pesquisa em Diversidade Fraterna, coordenado pelos docentes Carolina Ferraz e Glauber Salomão. De acordo com Ferraz “O campo jurídico deve ter recortes de outras áreas, trabalhando temas que levem à transversalidade do conhecimento. E qual o lugar mais indicado para troca de saberes do que o espaço de uma faculdade”, questiona a professora.

O objetivo do simpósio reflete a preocupação em transcender o conhecimento formal e colocar em prática aquilo que é objeto de estudo durante os encontros do grupo. Na ocasião, também foi feita uma exposição fotográfica produzida pelos estudantes, que saíram às ruas em busca de personagens e também realizaram uma visita a aldeia Xucuru na cidade de Pesqueira, no interior do Estado.

A programação abrangeu os três turnos: o foco foi o “Multiculturalismo Religioso” pela manhã, e “Diversidade racial e ações afirmativas” à noite. Já durante a tarde, o debate foi sobre “O Direito à Diferença e os Povos Indígenas” com a participação de membros da tribo Xucuru, da Serra Ororubá, em Pesqueira. Na ocasião, o estudante do 6º período do curso de Direito da Asces, descendente dos Xucurus, Guilherme Araújo, falou da emoção de participar do evento com seu povo.

“Para a gente foi um momento de grande emoção, pois há muito tempo estamos buscando esse reconhecimento, o de ser indígena, que é o principal fator para ser reconhecido como Xucuru. Já fomos a outros locais levando essa discussão da importância, da essência para ser índio e agora está aqui na Asces tentando essa transformação é surpreendente. É uma oportunidade ímpar, só temos a agradecer”, relatou Guilherme.

O estudante também ressaltou que resolveu cursar Direito por uma discussão da organização do povo Xucuru que necessitava de um Advogado para lutar na defesa do seu território e como estudante da Asces e de sangue Xucuru sonhava em realizar esse momento de transformação na Instituição. Veja fotos do evento.

Grupo de Pesquisa em Diversidade Fraterna

Contando atualmente com cerca de 15 estudantes em sua maioria do curso de Direito, o grupo é coordenado pelos professores Carolina Ferraz e Glauber Salomão e tem como objetivo debater a diversidade. São realizadas reuniões semanais nas sextas-feiras durante a tarde, as quais são abertas e qualquer estudante pode participar das discussões.