Os defensores das minorias, os cruzados dos oprimidos, os “Chapolins Colorados” que “protegem os fracos”, multiplicam-se igual a baratas. Uma horda de pessoinhas auto-intituladas intelectuais corre para metralhar nas “redes antissociais” aqueles que ousam expor uma opinião – mesmo que coerente – que difira da deles.

Protegidos pela falta de contato real que a internet proporciona, nossos mestres da retórica e da opinião pronta, cerceiam o direito à liberdade de expressão, ao tomarem as dores alheias por pura aparência, aumentando de maneira direta a verdadeira intolerância. E tudo isto se dá por uma simples razão: ignorância.

Os “Rui Barbosa” da rede tem o mau hábito de ler e assistir o que não se deve onde não se deve: na mídia de massas, que mais desinforma do que informa, que mais deturpa do que instrui, manipulando a consciência desses “ávidos críticos”, ditando da vírgula ao abre aspas, como eles devem ver, pensar e interagir com o universo que os rodeia.

Quem tem a audácia de afirmar que é contra o homossexualismo ou que não aprova a união estável entre pessoas do mesmo sexo, não aceita cotas para negros em universidades, ou que é a favor da construção das novas usinas hidroelétricas e da diminuição da maioridade penal etc., é atacado com as mais variadas formas de insulto imiscuídas nas réplicas e tréplicas escritas a partir do fast food informativo.

Os temas que alguns jornais e demais programas de baixo teor cultural exploram cansativamente são os favoritos dos nossos cavaleiros do FaceBook, e em geral são referentes às minorias. Se esses enlatados televisivos “informam” em seus rótulos que você deve engoli-los, o faça, caso contrário estará sujeito aos comentários: racista, homofóbico, preconceituoso e – pasmem – intolerante.

Esse nosso sistema atrasado e opressor, responsável pela “cultura de massas”, que a meu ver seria mais correto chamar de “cultura para massas”, gera esta arte degradada de circulação massiva de manipulação da consciência, que oculta a realidade e alimenta mentiras.

As discussões mais recentes (que não são tão recentes assim) versam sobre a participação dos “excluídos” no cenário político e a exigência do efetivo cumprimento de seus direitos. Todos os seres humanos possuem suas prerrogativas, claro que esses direitos não podem ficar aquém dos demais, mas muitos se esquecem que não podem ir além. Entretanto, o que o filme nos mostra são esses “ativistas das minorias”, que mais parecem oportunistas de plantão do que pessoas compromissadas com a harmonia social. Coloquemos aqui, os devidos pingos nos is.

Por que ao invés de cobrarem cotas para o curso superior, não exigem uma educação de base de qualidade para TODOS? Acaso o direito de cursar a faculdade, hoje só pode englobar aqueles que estão nos 50%? O fato de duas pessoas do mesmo sexo se relacionarem demonstra, em um único exemplo, a desarmonia com a natureza: esta união não gera filhos; porém isto não é motivo para agredir, humilhar ou tirar a vida do próximo, mas me permite não concordar e não seguir esse tipo de conduta, seja por gosto ou educação. Por que alguém não pode, em hipótese alguma, expressar sua discordância ou seu descontentamento em relação ao escandaloso movimento de “viadagem” que a mídia e alguns simpatizantes empurram-nos goela abaixo? Por que o direito da minoria reprime o dos demais?

Dentre as poucas pessoas que eventualmente lêem meus textos, creio que a sua maioria, encaixar-se-á no rol dos defensores, e muito provavelmente, na ótica deles, ostentarei as características mencionadas anteriormente: racista, homofóbico, intolerante etc.

Não me interessa quem sejam, todos devem receber um tratamento justo, com respeito e dignidade. O Estado deve ajudar o indivíduo no que ele não for capaz de pleitear sozinho, mas o que muitos dos nossos “necessitados” andam fazendo é justamente isto: tirando proveito das suas próprias “mazelas” e das irregularidades das instituições, para conseguirem sem muitas dificuldades e bancados à custa do esforço alheio, suas regalias. Pedem que todos os olhem como coitadinhos, enquanto por trás do rostinho de sofrido, não passam de desonestos mesquinhos.

“Arrumando pra mim, quero que o resto vá à merda”. Assim que o Brasil vai subindo as paredes de sua morada, enquanto os alicerces bambeiam.

Hilton Boenos Aires é estudante de 6º período do curso de Direito da Faculdade Asces e integrante do Grupo de Teatro da Instituição.