Falta de informação prejudica aleitamento materno
Muitas vezes, a orientação precária é uma realidade mais comum em unidades particulares do que em hospitais públicos. “Tive pouca informação na maternidade particular onde minha filha nasceu e sofri com mastites, dores, febre e bico do seio rachado. Minha experiência com amamentação foi um pesadelo”. O relato da jornalista Ana Carolina Andrade mostra uma das principais dificuldades das mães de primeira viagem.
Ela insistiu, mas, quando a filha completou 4 meses ela decidiu tentar o leite industrializado. “Minha filha teve problemas sérios de obstrução intestinal e precisou de lavagem algumas vezes. Hoje tudo te leva ao leite artificial como se ele fosse a salvação, mas a realidade é que algumas vezes ele é o problema”, disse. Especialistas explicam que as crianças que passam a tomar o leite industrializado muito cedo podem desencadear alergias durante a infância e na fase adulta.
Quando teve o segundo filho, a jornalista estava determinada a estender a amamentação pelo tempo necessário para o bebê. Em um hospital público de Brasília, sentiu a diferença no tratamento dado pelos médicos e enfermeiros. “Saí do hospital com todas as instruções do pessoal do banco de leite e um telefone para ligar se precisasse. Isso fez toda a diferença. Aprendi novas posições para amamentar e sabia como proceder no caso de ter algum problema”, contou.
Aos 3 meses, o filho foi diagnosticado com alergia à proteína do leite de vaca (ALPV), um problema relativamente sério, que exclui da dieta não só leite de vaca, mas também qualquer derivado. “Como eu era a única fonte de alimento para o Pedro, a dieta sobrou pra mim. E ela é rígida. A orientação do pediatra era amamentar o máximo de tempo que eu conseguisse, para que a alergia desaparecesse. Segui até 1 ano de idade. Nunca pensei que iria tão longe, mas foi uma história de amamentação tão feliz que me dá saudade até hoje”, disse ela. Segundo Ana Carolina, a amamentação fortaleceu o vínculo com os filhos.
Um levantamento divulgado esta semana, a OMS alerta que apenas 37 dos 199 países (19%) signatários das diretrizes da entidade sobre o tema aprovaram leis que refletem todas as recomendações, entre elas, a de proibir totalmente a publicidade de produtos substitutos do leite. Além disso, atualmente, apenas 38% das crianças no mundo são amamentadas exclusivamente nos seis primeiros meses de vida, de acordo com números divulgados pela OMS.
A meta da instituição é elevar a taxa mundial de aleitamento materno exclusivo por 6 meses em pelo menos 50% até 2025 e assim melhorar a saúde de crianças menores de 5 anos em todo o mundo. Para isso, a partir de hoje (1º), os governos de mais de 170 países organizam uma série de atividades para comemorar a Semana Mundial do Aleitamento Materno.
Fonte: Agência Brasil