O tema vem trazendo muitas dúvidas sobre os riscos para a saúde. Por isso, o professor e biomédico Djair de Lima Ferreira Junior, especialista em Citopatologia, Mestre em Microbiologia e Doutorando em Biotecnologia, concede entrevista ao Portal Asces sobre este tema.
 
Portal Asces – O que é um lixo infectante?

Djair Ferreira – Lixo que contenha sangue, secreções, fragmentos de tecidos ou qualquer amostra biológica derivada ou não de procedimento clínico.

Portal Asces – Quais as origens do lixo hospitalar?

Djair Ferreira – Estabelecimentos que realizem procedimentos de saúde

Portal Asces – Quais os cuidados com o seu acondicionamento, manipulação e disposição final?

Djair Ferreira – Devem atender às determinações da Anvisa no que diz respeito a acondicionamento e descarte.

Portal Asces –
Quais os riscos que esse lixo pode apresentar em contato com pessoas e exposto ao meio ambiente?

Djair Ferreira – Para os usuários de peças confeccionadas com tais tecidos o risco é mínimo. Para os trabalhadores que realizaram a separação deste material há risco de infecções por bactérias e fungos.
 
Portal Asces – O que devemos fazer quando entramos em contato que esse tipo de material?

Djair Ferreira – Como usuário de peças não há nenhum cuidado específico tendo em vista que o risco é mínimo.

Portal Asces – De quem é a responsabilidade da disposição final desse lixo? De quem gera o material ou de órgãos públicos?

Djair Ferreira – De quem gera o material. No Brasil a Anvisa determina que todo material infectante deve ser descartado através de empresa especializada no descarte de resíduos, a qual deve ser contratada pelo estabelecimento que gera os resíduos.

Portal Asces – Quais os órgãos competentes em fiscalizar esses produtos e quais punições os responsáveis pela má utilização são passíveis de receber? 

Djair Ferreira – Em nível municipal a fiscalização pode acontecer pela vigilância sanitária municipal. Em nível regional pela agencia de vigilância sanitária estadual no nosso caso (Apevisa) e em nível federal pela Anvisa. Quanto às punições ainda não foram estabelecidas pelos órgãos competentes.

Potarl Asces – Com relação aos tecidos importados dos EUA para as fábricas de confecções do interior de Pernambuco, se comprovado que é lixo hospitalar, o que os órgãos que fiscalizam podem fazer sobre o assunto?
 
Djair Ferreira – Estabelecer uma rotina de inspeção nos estabelecimentos deste ramo a fim de averiguar possíveis irregularidades.
 
Djair Ferreira é docente da Faculdade Asces, leciona no curso de Biomedicina nas disciplinas de Matemática Aplicada à Biomedicina, Micologia Geral, Micologia Clínica, Administração Laboratorial e Gestão de Qualidade, Laboratórios Integrados I e no curso de Odontologia nas disciplinas de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia. É também presidente das comissões de ética dos Conselhos Federal e Regional de Biomedicina, além de ser Diretor da 4ª GERES (Gerência Regional de Saúde) que compreende a gestão da APEVISA na região.