O trabalho foi apresentado no domingo (1º/5), por cientistas do Johns Hopkins Children’s Center e de outras instituições na reunião anual das Pediatric Academic Societies dos Estados Unidos, em Denver.

A anemia é diagnosticada e acompanhada pela medição nos níveis de hemoglobina no paciente. Para investigar a relação entre hemoglobina e vitamina D, os pesquisadores analisaram dados de amostras de sangue de mais de 9,4 mil crianças de 2 a 18 anos.

Segundo o estudo de Meredith Atkinson e colegas, quanto menores os níveis de vitamina D, mais baixos os de hemoglobina e mais elevado é o risco de anemia. Crianças com níveis de vitamina inferiores a 20 nanogramas por mililitro (ng/ml) de sangue apresentaram risco 50% maior de contrair anemia do que as com níveis mais elevados.

Para cada 1 ng/ml a mais da vitamina, o risco de anemia caiu 3%. O estudo indicou que apenas 1% das crianças brancas avaliadas tinha anemia, contra 9% das negras. Essas últimas apresentaram, em média, níveis inferiores (18 ng/ml) da vitamina do que as primeiras (27 ng/ml).

Estudos anteriores já haviam destacado que a anemia é mais comum em crianças negras, mas os motivos para a diferença permanecem desconhecidos. O novo estudo indica que, além de fatores biológicos e genéticos, o nível de vitamina D deve ser levado em conta na manifestação da anemia.

Os pesquisadores ressaltam que, embora os resultados do estudo apontem uma clara relação entre níveis da vitamina e anemia, eles não devem ser usados para estabelecer uma condição de causa e efeito. Isto é, não são conclusivos de que a deficiência causa anemia.

Fonte: Agência FAPESP