A localidade vai receber 12 alunos e um professor da Faculdade Asces, para a coleta de alimentos (merenda) e da água consumida por crianças e adolescentes em seis escolas da localidade. A ação educativa e de prevenção será realizada pelo Projeto Águas do Agreste. O grupo que visitará as quatro escolas da zona rural e duas na área urbana será composto por estudantes dos cursos de Biomedicina e Farmácia da Instituição.
 
As amostras coletadas serão trazidas para Caruaru onde serão avaliadas no Laboratório de Análise de Água e Bromatologia da Faculdade Asces. Enquanto que os resultados com as devidas orientações serão apresentados à Secretaria de Saúde do município, em maio. Durante a realização do Dia do Trabalhador, em 1º/05, o Projeto voltará ao município, mas com a participação do espetáculo “Os Caça Coliformes”, também criado pelo Projeto Águas do Agreste e que utiliza-se de uma peça musical para levar informação à comunidade.
 
O objetivo dos estudos e pesquisas realizadas pelo Projeto Águas do Agreste é avaliar as condições higiênicas e sanitárias das amostras utilizadas para o consumo e no preparo da merenda escolar de alunos de escolas públicas dos municípios visitados, por meio de procedimentos de detecção de presença de Pseudomonas aerugionsa e da bactéria do grupo coliforme. Em geral, a identificação da Pseudomonas aeruginosa está associada à ausência de limpeza do reservatório de água.
 
P. aeruginosa é classificada como um dos micro-organismos mais versáteis e oportunistas, podendo oferecer risco à saúde de indivíduos sadios, uma vez que possui poder de adaptação e resistência a antibióticos.
 
 
Pesquisa

A qualidade da água é frequentemente relacionada à presença de micro-organismos indicadores de contaminação como o grupo coliforme (contaminação fecal) e a Pseudomonas aeruginosa (presença de matéria orgânica biodegradável).
 
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstram que as doenças causadas por veiculação hídrica, especialmente as gastrenterites, chegam a matar milhões de pessoas por ano. A falta de saneamento básico é responsável pelo óbito de mais de 15 milhões de crianças anualmente na faixa etária de 0 a 5 anos. As crianças são especialmente vulneráveis e respondem diferentemente dos adultos quando expostas a fatores ambientais, e essa resposta pode diferir de acordo com os períodos de desenvolvimento pelos quais estão passando, uma vez que o sistema imune se encontra imaturo. Sabendo-se que o ambiente escolar representa a segunda casa da criança, ocupando cerca de um terço do seu dia, faz-se necessário um acompanhamento e monitoramento da qualidade da água nas escolas, visto que uma baixa disponibilidade de água tratada está ligada à altas taxas de mortalidade infantil .
 
Surtos veiculados por patógenos de origem alimentar são comuns em ambientes escolares. De acordo com especialistas, os micro-organismos mais comuns em casos de surtos de origem alimentar são espécies de salmonela, cepas enteropatogênicas de Escherichia coli e esporos de Clostridium botulinum e Clostridium perfrigens os quais são eliminados pelas fezes de pacientes doentes.