Foi descoberto um vírus que, além de infectar organismos, tem capacidade de contaminar outros vírus e obter os genes dos atacados. Assim, consegue evoluir geneticamente. A equipe da Universidade do Mediterrâneo, em Marselha, França, responsável pela estudo, nomeou o tipo de vírus de virófago.

Segundo contaram na revista Nature, cientistas observavam, através do microscópio, uma ameba infectada por uma cepa de mimivírus – o maior conhecido – quando descobriram um pequeno vírus, batizado de Sputnik, aderido à “fábrica de vírus” – local estabelecido por eles na ameba.

A estrutura, semelhante ao núcleo de uma célula, é onde alguns vírus se multiplicam – neste caso, da cepa do mimivírus, que serão atacados por Sputnik.

No centro desta estrutura, propagam-se os nucleótidos virais, e as proteínas são produzidas em sua periferia, especialmente da cobertura protéica do vírus, assim como da cápsula do material genético.

O coordenador da pesquisa, Bernard La Scola, explicou que quando o Sputnik entra na ameba, ele “seqüestra” a cepa do mimivírus e a enfraquece. Embora não a mate, diminui sua capacidade infecciosa para conseguir seu objetivo: a própria replicação.

Ainda não se sabe como o Sputnik entra na ameba, mas explicou que poderia fazê-lo dentro de partículas vazias da cepa do mimivírus.

Após verificar o genoma do vírus invasor, os cientistas observaram que o Sputnik, de apenas 21 genes, havia “roubado” informação genética de seu vírus hospedeiro e de outros organismos, “o que representa um dos casos mais surpreendentes de mistura e acoplamento de genes no mundo virótico”.

Com informações do Jornal do Brasil