Em fase de pesquisas clínicas, o Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, sigla em inglês), está analisando o que pode ser a vacina contra quatro tipos de de dengue. O anúncio foi feito durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A expectativa é que em dezembro, uma planta piloto da vacina seja produzida.

De acordo com Expedito de Albuquerque Luna, do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo, que participa da pesquisa do Butantan, em breve o Instituto realizará ensaios minuciosos em uma cidade no interior de São Paulo para testar a eficácia da vacina. “Necessitamos de dados precisos sobre o número de pessoas contaminadas, o que ainda não existe”, disse. Isso ocorre porque a maioria das pessoas que contrai a doença não desenvolve os sintomas. No estudo, os moradores da região que tiverem febre farão exame de sangue para saber se ela foi causada pela dengue.

Já são mais de 100 milhões de casos registrados no mundo somente no ano passado. Cerca de 3 bilhões de pessoas moram em regiões sujeitas ao contágio e 20 milhões de turistas passam anualmente por esses lugares. Caracterizando a dengue como uma das maiores epidemias mundiais.

No Brasil, a epidemia chegou na década de 1980 com o tipo 1 e o tipo 2 na seguinte. No início desta década foram registrados os primeiros casos do tipo 3. Tudo indica que a epidemia deve se agravar com a chegada do tipo 4. Por isso, a importância da vacina. “Além disso, ter uma vacina não ajuda somente a saúde do país. É um trunfo importante na hora de transferir tecnologias e trocar conhecimento com outros países”, disse Elena Caride Siqueira Campos, da Fiocruz.