Após ser lançada oficialmente a Campanha da Fraternidade 2008, a CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, deixou uma mensagem bastante rígida para o governo brasileiro. Ela declara trabalhar contra a legalização do aborto, da prática da eutanásia, do uso de células-tronco e das práticas de reprodução assistida. O tema ganhou repercussão após a reportagem do jornal argentino Clarín, nesta sexta-feira, afirmando que o projeto de legalizar na prática o aborto no Brasil está deixando bispos ‘em pé de guerra’ contra o governo.

Com o tema: "Fraternidade e Defesa da Vida" a campanha da Conferência quer desenvolver nas pessoas a consciência crítica e propor e apoiar políticas públicas que garantam a promoção e defesa da vida. "Vamos chorar por qualquer mulher que morra de um aborto clandestino, mas isso não faz com que seja um problema de saúde pública", disse dom Dimas Lara Barbosa, secretário-geral da conferência.

Segundo a reportagem do Clarín, “o projeto do Ministério da Saúde é uma iniciativa oficial de modificar a legislação atual e legalizar de fato o aborto no Brasil, já que, no entender do Ministério, a ilegalidade do aborto leva muitas mulheres a se submeter a clínicas clandestinas”.

Para dialogar com a Conferência, a presidência da república designou como representante seu chefe-de-gabinete, Gilberto Carvalho, petista e teólogo. "É um tema da sociedade e não um assunto de governo. Quanto mais informação, mais educação, melhor. É por isso que o governo apóia abertamente essa campanha”, declarou o teólogo.

Em contraproposta, a igreja já declarou que irá desenvolver nas pessoas a consciência crítica e propor e apoiar políticas públicas que garantam a promoção e defesa da vida. Na campanha, a CNBB não propôs debate público, mas disseminação de seu ponto de vista. "A defesa da vida é inegociável", diz dom Dimas.