Após uma audiência de mais de três horas na 6ª Vara Criminal Federal, no Centro de São Paulo, a justiça não concordou em negociar com o traficante colombiano Juan Carlos Abadia, preso desde agosto do ano passado.

Ele queria oferecer entre R$ 30 e R$ 40 milhões mais informações em troca de benefícios. Entre os benefícios estariam estão a extinção da pena de sua mulher, a sua transferência para o presídio paulista de Itaí e o facilitamento de sua extradição para os EUA, sem exigir que pena fosse cumprida no Brasil.

A defesa do traficante entende que a sentença do juiz em São Paulo poderia retardar a ida dele para os Estados Unidos. Já nos EUA, Abadia acredita que vai conseguir negociar uma eventual redução da pena, entregando bens e mais dinheiro.

O Ministério Público Federal (MPF) foi favorável à realização do acordo, porém, a decisão do juiz foi contrária. De acordo com Thamea Adanelon, procuradora da República, o acordo seria interessante para a Justiça brasileira.

"É um caso em que não haveria prejuízo à Justiça brasileira, já que ele seria extraditado e continuaria pagando sua pena nos EUA", disse.

A partir da prisão do traficante, foram apreendidos no Brasil o equivalente a R$ 6 milhões em dinheiro, além de um iate, fazendas e mansões. Parte do patrimônio milionário foi a leilão neste mês.

Abadia saiu do prédio da Justiça Federal de Primeiro Grau, em São Paulo, em um carro da Polícia Federal. Ele será levado novamente para o presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS), onde está preso.