Um relatório divulgado pela organização não-governamental (ONG) WWF prevê que até 2030, a Floresta Amazônica pode ter sua vegetação natural destruída em até 60%. Esse seria o resultado da exploração de madeira, das secas, variações climáticas, ação dos pecuaristas e fazendeiros, além dos ciclos viciosos que levam à degradação da floresta.

O estudo que foi apresentado durante a 13ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-13), que acontece em Bali, na Indonésia, e trouxe o especialista e pesquisador da Amazônia Daniel Nepstad, do Centro Woods Hole de Pesquisa. Nepstad, que há 23 anos realiza pesquisas na Região Amazônica, aponta que os atuais cenários de desmatamento aliados ao aumento da pressão pela exploração agrícola da floresta e aos eventos climáticos extremos terão um resultado devastador para o mundo.

De acordo com o relatório intitulado: "Os Ciclos Viciosos da Amazônia", a floresta pode chegar a pontos críticos de emissão de gases de efeito estufa em 20 anos. O que poderá representar a emissão de 15 bilhões a 25 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa por ano.

O relatório do WWF dá um tom de urgência ao debate ao afirmar que o ponto de não-retorno da Amazônia – ou seja, o momento a partir do qual a floresta se transforma em savana e não volta mais – pode estar mais perto do que se pensava. O tema da redução de emissões por desmatamento é um dos principais assuntos em negociação na Conferência das Partes sobre o Clima. ‘Falta um grande incentivo econômico para a questão, por isso estamos aqui em Bali’, afirmou Daniel Nepstad.

Na avaliação de Mauro Armelim, da organização não-governamental WWF Brasil, o país deveria ‘reduzir emissão de floresta significa reduzir o desmatamento, que tem uma série de conseqüências, no caso do Brasil: roubo da madeira, grilagem de terra, mortes’. Mauro Armelim completa: ‘resolver o desmatamento significa dar um passo adiante no desenvolvimento do país’.