Após os escândalos envolvendo a utilização de dinheiro público no custeio de despesas com viagens internacionais pagos pelas Câmaras de Vereadores de várias cidades do Brasil, uma casa em particular dá uma lição de honestidade e compromisso com a sociedade. O que aparentemente é excessão se tornou regra na cidade de Divinolância, em Minas Gerais.

Cinco dos nove vereadores da Câmara Municipal dquela cidade se uniram para cortar os gastos na Casa. Com o esforço conjunto, até outubro, R$ 74 mil serão devolvidos à prefeitura da cidade mineira, que tem cerca de 7 mil habitantes.

Segundo um dos vereadores envolvidos com a ação, o dinheiro será devolvido, numa conta específica da prefeitura, para a construção da sede própria da Câmara Municipal de Vereadores e da Biblioteca Municipal. "Nós temos um acordo com o prefeito de que o dinheiro devolvido será para a compra de material para a construção, enquanto a prefeitura entrará com a mão-de-obra", disse o vereador Agnaldo Figueiredo dos Reis (PT), que espera que até dezembro, a economia deve a chegar a R$ 100 mil.

"Fizemos cortes nos gastos com viagens, gasolina, lanches, telefone e reduzimos os salários de contadores e assessores jurídicos", afirmou o petista, acrescentando que foram cortados todos os gastos com viagens para congressos.

De acordo com o parlamentar, o salário bruto de um vereador em Divinolândia de Minas é de R$ 730, quando necessário, a verba de gasolina pode chegar a R$ 270 por mês.

No mesmo estado da cidade de Divinolândia, o município de Matozinhos viu um dos poucos resultados após o escândalo dos vereadores. A Justiça da cidade de Matozinhos determinou na última quinta-feira, 29, o afastamento da presidente da Câmara Municipal, Alessandra Alves Pinto (PPS), e de sua assessora Juliana Patrícia Campos, que ocupava o cargo de diretora administrativa da Casa.