O custo do tratamento do câncer no Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou 450% desde 1995. No entanto, de acordo com pesquisa realizada pela médica Maria Cristina Scandiuzzi, da Coordenadoria de Câncer da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, esse gasto não se reverteu integralmente em melhoria na sobrevida dos pacientes ou em aumento nos índices de cura da doença.

Segundo ela, o aumento nos custos – de R$ 18 milhões para R$ 82 milhões – deve-se também ao crescimento de ações judiciais movidas por pacientes que pedem que o governo custeie as despesas com novos medicamentos contra o câncer – as chamadas drogas inteligentes.

“Devíamos esperar que um investimento dessa monta melhorasse a situação do câncer no Brasil, mas não foi o que ocorreu”, disse a oncologista no 2º Congresso Internacional de Controle de Câncer, realizado na semana passada no Rio de Janeiro. O estudo avaliou os impactos dos custos da compra dessas drogas, prescritas a partir das decisões judiciais, para o sistema público de saúde.

O motivo inicial da pesquisa foi o número de liminares de pedidos de remédio para a doença concedidas em 2006. “Contudo, nem sempre as decisões judiciais são baseadas em evidências científicas dos reais ganhos que as novas drogas podem trazer aos pacientes beneficiados. Várias dessas drogas muitas vezes não prolongam a vida dos pacientes, nem resultam em cura”, disse à Agência FAPESP.

Com informações da Agência Fapesp.