Uma divulgação pode mudar os rumos das pesquisas genéticas em todo o mundo. Duas equipes de cientistas afirmaram que já conseguem transformar células da pele humana em células-tronco, o que pode permitir a substituição de tecidos ou órgãos defeituosos, minimizando assim, as rejeições e os embates éticos das células embrionárias.

De acordo com a pesquisa realizada pelas equipes americana e japonesa, as células estaminais têm a capacidade de se transformar em qualquer outro tipo de célula e se os cientistas aprenderem a manipulá-las poderão, no futuro, tratar diversas doenças com um procedimentos específicos para cada doente.

Um dos maiores benefícios seria, por exemplo, os transplantes, que passariam a ser feitos usando tecidos da própria pessoa, diminuindo o risco de rejeição.

Os estudos desenvolvidos por ambas as equipes envolveram quatro genes, inseridos nas células com a ajuda de retrovírus. Mas há importantes diferenças nos dois trabalhos: primeiro porque os grupos de genes usados foram diferentes; enquanto a equipe americana usou pele de fetos, a japonesa conseguiu o mesmo com células adultas, mais fáceis de serem obtidas. Cerca de três meses depois, os japoneses conseguiram transformar as suas células em tecido cardíaco, que batia como um pequeno coração.

A próxima etapa-chave, segundo o artigo da Science, será encontrar um meio de ativar os genes que permitem às células da pele se tornarem células-tronco sem a utilização de retrovírus.