A preocupação com a proliferação da bactéria multiresistente enterococcus faecium, causadora de infecções e que voltou a ser encontrada em UTIs de hospitais de Pernambuco fez com que Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Apevisa) realizasse uma capacitação com médicos, enfermeiros, auxiliares e outros profissionais da Unidade de Terapia Intensiva e da Clínica Médica.

Em agosto, o Hospital Agamenon Magalhães registrou a presença da bactéria em seis pacientes. Embora já haja registros no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape) e no Hospital Barão de Lucena (HBL).

No Procape, a bactéria foi identificada numa paciente que deu entrada na UTI da unidade após sofrer um enfarte, em 23 de setembro. Mesmo tendo sido diagnosticada há dez dias, a direção da unidade tomou a iniciativa de a isolar os outros 17 pacientes que estavam no setor e a realizar o rastreamento laboratorial em todos eles. O resultado dos exames deu negativo para o microrganismo.

A direção da clínica do Procape decidiu só reabrir para pacientes externos quando a doente tiver alta. Até a última terça-feira, 16, outras seis pessoas permaneciam internadas no setor. Como o Procape dispõe de duas UTIs com capacidade para 18 vagas, houve um revezamento de pacientes. Estas medidas fazem parte para conter a proliferação da bactéria através de funcionários, familiares e visitas.

A Enterococcus faecium é considerado uma multirresistente ao antibiótico vancomicina, um dos mais fortes no tratamento de infecções bacterianas. Comumente encontrada no trato intestinal de pessoas sadias, sem causar nenhuma doença, a bactéria pode causar infecções quando ela sai do trato intestinal e acaba ‘caindo’ em outros locais, como o trato urinário e a corrente sanguínea.

O perigo está em que a maioria das pessoas colonizadas pela bactéria não desenvolve infecções, mas se tornam potenciais transmissores do microorganismo.