O ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), foi denunciado na última sexta-feira, 21, à Justiça pelo Ministério Público Federal pelo crime de concussão, que é a extorsão de servidor em exercício da profissão.

De acordo com a denúncia, Severino é acusado de cobrar R$ 137 mil do empresário Sebastião Buani, entre 2002 e 2003, para autorizar a exploração de um restaurante na Câmara. O caso ficou conhecido como "mensalinho". Ele teria recebido indevidamente R$ 117,5 mil após fazer a cobrança pelos valores por três vezes.

O caso fez Severino Cavalcanti renunciar ao mandato em setembro de 2005 após 218 dias como presidente da casa. Eleito com 300 votos para a presidência da Câmara dos Deputados no dia 15 de fevereiro, Severino aproveitou-se de uma divisão no Partido dos Trabalhadores (PT) – então a maior bancada da Câmara, que pela tradição histórica teria o privilégio de eleger o presidente da Casa – e da articulação feita pelos principais partidos de oposição (PSDB e o PFL).

A pena para o crime é de reclusão, de dois a oito anos, e multa. Caso a justiça aceite a denúncia, o então deputado do PP pode ser condenado até a 24 anos.