Uma das revelações do Congresso de Cardiologistas Europeus é que as mulheres correm um risco maior que os homens de morrer após sofrerem um infarto. De acordo com a cardiologista espanhola Mónica Masotti, elas deveriam buscar ajuda imediatamente assim que surgirem os primeiros sintomas de problemas cardíacos.

Apesar de fumarem menos, elas (as mulheres), se diferenciam dos homens que consultam um cardiologista por uma série de fatores. “São mais velhas e sofrem com mais freqüência de diabetes e insuficiência cardíaca”, destacou.

A equipe chefiada por Masotti tirou estas conclusões a partir de uma pesquisa feita com 529 pacientes – 417 homens e 112 mulheres – entre janeiro de 2002 e dezembro de 2006. A operação neles foi realizada menos de 12 horas após surgirem os primeiros sintomas. O percentual de morte entre mulheres foi de 18%, enquanto o de homens ficou em apenas 8%.

Outra constatação apresentada no Congresso foi que o fumante passivo corre o mesmo risco que o ativo, afirmaram os especialistas. Os argumentos foram corroborados por uma pesquisa realizada na Itália, onde já foi possível verificar um retrocesso das internações por infarto agudo nos primeiros cinco meses depois de entrar em vigor a proibição de fumar em locais públicos.

De acordo com dados da OMS, Organização Mundial da Saúde, anualmente, cinco milhões de pessoas morrem no planeta, vítimas do tabagismo, sendo 200 mil só no Brasil. A OMS considera uma epidemia generalizada o problema do fumo.

O infarto do miocárdio se dá quando o suprimento de sangue a uma parte do músculo cardíaco é reduzido ou cortado totalmente. Isso acontece quando uma artéria coronária está contraída ou obstruída, parcial ou totalmente.

Com a supressão total ou parcial da oferta de sangue ao músculo cardíaco, ele sofre uma injúria irreversível e, parando de funcionar, o que pode levar à morte súbita, morte tardia ou insuficiência cardíaca com conseqüências desde severas limitações da atividade física até a completa recuperação.