Pesquisadores brasileiros identificaram no veneno de uma vespa, popularmente conhecida como marimbondo-estrela (Polybia occidentalis), uma substância que, em testes laboratoriais, mostrou-se de duas a três vezes mais eficaz do que a morfina no controle da dor.
As drogas neuroprotetoras e anticonvulsivantes, capazes de inibir crises convulsivas, foram encontradas pelos cientistas do Laboratório de Neurobiologia e Peçonhas Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), da Universidade de São Paulo.

A responsável pelo efeito é uma cinina, substância derivada da Treonina-6 Bradicinina (T6Bk), peptídeo amplamente conhecido na literatura científica.

O estudo da cinina teve início há cerca de três anos com a tese de doutorado de Márcia Renata Mortari. “O elevado potencial da substância frente à morfina foi comprovado em experimentos em que a cinina foi injetada no cérebro de ratos com dor induzida por meio de hipertermia, modelo que utiliza altas temperaturas”, disse o coordenador do estudo e orientador da tese, Wagner Ferreira do Santos.

O estudo foi publicado em maio em artigo no British Journal of Pharmacology, com elogios no editorial da revista inglesa, escrito por Istvan Nagy, chefe do Departamento de Anestesiologia do Centro de Cuidados Intensivos de Medicina da Dor do Imperial College de Londres, e Charles Paule e John White, pesquisadores do mesmo departamento, além de Laszlo Urban, diretor do Lead Discovery Center, um centro de testes pré-clínicos na Universidade de Cambridge, nos Estados Unidos.

O artigo Inhibition of acute nociceptive responses in rats after i.c.v. injection of Thr6-bradykinin, isolated from the venom of the social wasp, Polybia occidentalis, pode ser lido por assinantes em www.nature.com.

Com informações da Agência Fapesp.