Pessoas estressadas têm mais chance de desenvolver doenças periodontais, de acordo com um estudo realizado por pequisadores da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e publicado na edição de agosto da revista Journal of Periodontology, da Associação Norte-Americana de Periodontologia.

As doenças periodontais atingem o conjunto de tecidos ao redor dos dentes, responsável por sua fixação e que inclui gengivas, ossos alveolares e fibras que ligam a raiz dental ao osso. De caráter infecto-inflamatório, as doenças periodontais podem causar destruição dos tecido ósseo e levar à perda dos dentes.

Ao realizar uma revisão sistemática da literatura internacional a partir de 1990, a pesquisadora Daiane Peruzzo, do Departamento de Periodontia, encontrou 58 artigos científicos que relacionavam doenças periodontais ao estresse e a outros tipos de fatores psicossociais.

Segundo ela, os estudos indicam que um indivíduo estressado tem maior probabilidade de sofrer de doença periodontal, dependendo de como reage frente ao estresse. Foi constatado, no entanto, que pesquisadores têm elevada dificuldade para padronizar os impactos do estresse.

“Há dois tipos de impacto, um biológico e um comportamental. Achamos que, no aspecto biológico, o estresse crônico aumenta o nível do hormônio cortisol, aumentando a suscetibilidade a inflamações em todo o organismo”, disse Daiane.

Entre as conclusões, no aspecto comportamental, os pequisadores mostraram que a pessoa estressada se preocupa menos com a higiene e a alimentação, aumentando a probabilidade das doenças.

Com informações da Agência FAPESP.