A Rússia testou com sucesso na última terça-feira, 29, o novo modelo de míssil balístico intercontinental, que atingiu um alvo a 5,5 mil km a leste do local onde foi lançado, a base de Plesetsk, ao norte de Moscou. Em meio ao clima de tensão gerado pelos planos dos Estados Unidos de posicionar componentes antimísseis na Europa

O RS-24, faz parte de um sistema capaz de superar qualquer defesa antimíssil que existe ou seja criada no futuro. Assim declarou o vice-primeiro-ministro russo Seguei Ivanov.

Recentemente, o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou responder "adequadamente" às intenções americanas na República Tcheca e Polônia. A Rússia acredita que o plano de colocar escudos antimísseis nesses países conduzirá a uma nova "corrida armamentista".

O míssil intercontinental, que tem capacidade de carregar até dez ogivas múltiplas, também deverá servir para modernizar o obsoleto arsenal nuclear russo, uma das prioridades do Kremlin para os próximos anos. O míssil caiu no alvo previsto, em Kura, na península de Kamchatka, a mais de cinco mil quilômetros de distância do lugar do lançamento.

O porta-voz afirmou que os RS-24 estão de acordo com o estabelecido nos acordos de desarmamento nuclear assinados entre a Rússia e os EUA: o Start-1 de 1991 e o Tratado de Redução de Potenciais Estratégicos Ofensivos de 2002.

O presidente americano, George W. Bush, disse que este último tratado deveria servir para "acabar com o legado da Guerra Fria".

Os analistas reconhecem que ainda não existem circunstâncias para falar de uma nova Guerra Fria entre Moscou e Washington.

Por isso, um novo nome foi criado para descrever a atual era de tensão entre as duas maiores potências nucleares: Paz Fria.