Estudos nos EUA antecipam saídas contra estiagem
COLLEGE STATION, TEXAS – Em 2011, o estado norte-americano do Texas viveu um período de seca intensa que volta com força em 2013. Produtores e governo já estão cientes das condições deste ano graças aos estudos de acompanhamento climático realizado pela Texas A&M University. Os naturais ciclos de estiagem e as altas temperaturas neste estado são recorrentes desde 1996, por isso o compromisso com o setor tem uma razão econômica forte: a indústria agrícola texana movimenta em torno de US$ 18 bilhões ao ano e 26 milhões de texanos (2% da população) vivem da atividade.
Ao contrário do que acontece no Nordeste brasileiro, o cenário nas fazendas do Texas não fica marcado, nesses períodos de seca, pelo gado morto. Antes que os rebanhos sucumbissem à estiagem, 20% deles foram vendidos para criadores de estados vizinhos ou enviados ao abate mais cedo. “Com os dados, você pode se antecipar à seca. No Brasil, o produtor está sempre correndo atrás”, comparou o coordenador técnico da missão da Federação da Agricultura de Pernambuco (Faepe) e do Sebrae Pernambuco, agrônomo e doutor pela Texas A&M University, Geraldo Eugênio França.
Um grupo de técnicos, produtores e criadores do Estado, reunidos na missão que já visitou o estado de Sonora, no México, foi recebido pela equipe do Departamento de Agricultura da universidade texana. A instituição já trabalha com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desde um acordo firmado em 2010. Os Estados Unidos concentram as questões referentes às estiagens no Centro Nacional de Mitigação às Secas, que fica em Lincoln, estado de Nebraska. França explica que o trabalho é feito por todos os meteorologistas e que os Estados Unidos mantêm o serviço constantemente.
“Semanalmente, os dados são trabalhados e as previsões são colocadas aos produtores. As previsões de temperatura são de três meses à frente, com probabilidade de 50% de acerto. É um dado que ajuda muito a definir as políticas”, analisa França. “Se nós trabalharmos muito bem, vamos ter dados da nossa região, mas os Estados Unidos têm dados mundiais, com estações (meteorológicas) espalhadas no mundo inteiro. Por isso que eles sabem a temperatura do Atlântico, de algum lugar do Pacífico e como isso está influenciando dentro do clima deles, observou o agrônomo”.
FONTE: Folha de Pernambuco