Imip lança campanha de doação de órgãos
O Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip) lançou, ontem, nova campanha para estimular a doação de órgãos. As peças já estão sendo veiculadas por rádio, jornais e emissoras de televisão e devem permanecer na mídia por 15 dias. A ação também é divulgada por meio de panfletagem e cartazes nos meios de transporte público. A mobilização foi idealizada após a constatação de redução do índice de doações no Estado. De janeiro a julho deste ano, houve queda de 10% no número de transplantes, em relação ao mesmo período de 2009.
“A mobilização da sociedade em torno desse tema deve ser permanente. Os tabus devem ser quebrados para que possamos salvar a maior quantidade de vida possível”, destacou a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, Zilda Cavalcanti. A campanha vai responder a perguntas mais frequentes da população, como por exemplo, o que é preciso fazer para ser um doador e para onde vai o corpo após a doação. Atualmente, há 3.245 pacientes esperando por um órgão no Estado.
Uma das metas é conscientizar parentes de pessoas que morreram para a mostrar a importância da doação. Gente como Tereza Cristina Carvalho, que perdeu a filha de 9 anos, há um ano e sete meses. Hoje, ela reconhece a dificuldade de aceitar a doação. “Quando a gente não conhece os caminhos, fica muito complicado confiar, principalmente porque temos que encarar o fato de qualquer jeito. Não é uma decisão fácil, mas é muito importante. Fico feliz em saber que minha filha salvou outras vidas.”
A campanha pretende mostrar à população como ocorrem todas as etapas da doação. Os órgãos só são retirados dos doadores cadáveres com autorização da família, após a comprovação da morte encefálica, por dois médicos não participantes de equipes de captação e transplantes.
A morte encefálica é diferente do coma, estado em que a pessoa está desacordada. As células cerebrais estão mortas e o quadro é irreversível.Um vez autorizada a doação de rim, fígado, pâncreas e pulmão, os médicos mantêm os batimentos cardíacos por meio de aparelhos, pois esses órgãos necessitam do coração bombardeando o sangue para mantê-los funcionando. Já as córneas, que são tecidos, podem ser retiradas com o coração parado.
Os doadores podem doar até mesmo 12 órgãos depois da morte, o que significa que uma única pessoa pode salvar doze vidas. Para que os órgãos possam ser doados, o potencial doador precisa apenas informar à família sobre o desejo e não precisa deixar nada por escrito nem indicar a intenção na carteira de identidade.
Fonte: JC Online