Dinossauros ainda mais velhos
Em estudo publicado na edição desta quinta-feira (4/2) da revista Nature, paleontólogos dos Estados Unidos, Alemanha e África do Sul descrevem a descoberta de um animal que compartilha muitas características com os dinossauros, mas tendo vivido cerca de 10 milhões de anos antes.
A nova espécie foi denominada Asilisaurus kongwe e pertence a um grupo dos silessauros, que eram próximos dos dinossauros. O estudo indica que pelo menos três vezes durante a evolução dos extintos répteis e de seus parentes, animais carnívoros evoluíram em espécies que incluíram plantas na dieta.
Essas mudanças ocorreram em um espaço de tempo inferior a 10 milhões de anos, um período relativamente curso em termos geológicos.
Segundo o estudo, a relação dos silessauros com os dinossauros pode ser comparada com a existente entre o homem e os chimpanzés. Para os pesquisadores, ainda que os mais velhos dinossauros descobertos até hoje tenham cerca de 230 milhões de anos, a presença de parentes próximos 10 milhões de anos antes implica que as linhagens dos dinossauros e dos silessauros divergiram de ancestrais comuns há pelo menos 240 milhões de anos.
Silessauros e dinossauros conviveram durante boa parte do período Triássico, entre 200 milhões e 250 milhões de anos atrás. Esse é o primeiro animal do período Triássico parecido com o dinossauro até hoje encontrado na África. O primeiro silessauro foi descoberto apenas em 2003.
Ossos fossilizados de pelo menos 14 espécimes foram encontrados em um depósito no sul da Tanzânia, tornando possível a reconstrução de um esqueleto quase completo. Faltaram apenas partes do crânio e dos membros superiores.
Os silessauros encontrados tinham entre 50 centímetros e 1 metro de altura e de 1 a 3 metros de comprimento. Pesavam de 10 a 30 quilos. Andavam com as quatro pernas e provavelmente se alimentavam de carne e de plantas, uma vez que tinham dentes triangulares e mandíbula inferior com uma ponta parecida com um bico.
A nova espécie foi escavada junto com restos de ancestrais primitivos dos crocodilianos. Segundo os autores, a presença desses animais no mesmo local e tempo indica que a diversificação dos parentes dos crocodilianos e das aves foi rápida e ocorreu também mais cedo do que se considerava até então.
“Todos adoram os dinossauros. Mas esse estudo fornece nova evidência de que eles eram apenas um de diversos grupos grandes e distintos de animais que explodiram em diversidade durante o Triássico”, disse Sterling Nesbitt, da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, primeiro autor do artigo.
Fonte: Agência FAPESP