Vida universitária na pandemia – Ensino remoto proporciona novas experiências na Asces-Unita
Passados quase 80 dias de isolamento social causado pela pandemia do novo Coronavírus, a Asces-Unita segue em plena atividade de forma remota, mantendo o calendário acadêmico e promovendo atividades complementares que levam ainda mais conhecimento aos estudantes e à comunidade externa. Por meio de recursos tecnológicos como o Moodle, Google Classroom e Google Meet, além de redes sociais e outras plataformas, o conteúdo tem sido disseminado e cumprido seu objetivo educacional.
Desde que iniciaram as aulas retomas e síncronas, seguindo recomendação do Ministério da Educação, mais de 750 disciplinas já foram oferecidas entre os cursos que estão em atividade. Mais de 3500 usuários passaram a acompanhar as mais de 8500 aulas e atividades por meio de videoconferência, com engajamento constante entre professores e estudantes. Metodologias ativas têm sido aplicadas com o objetivo de tornar o momento de aprendizado mais produtivo e dinâmico.
E as opções não são limitadas às atividades previstas no calendário. Outros eventos que não estavam programados foram promovidos e alguns adaptados para agregar à rotina dos estudantes, como é o caso das diversas lives no Youtube, Zoom e Meet, além de eventos institucionais como os webnários de Direito, Biomedicina, Farmácia, Pedagogia, Enfermagem, o Encontro de Integração Ensino-Serviço, entre outros. No Webnário de Direito, por exemplo, foram 582 inscritos e 1698 reproduções dos debates. Já no de Biomedicina, foram cerca de 300 inscritos e 862 visualizações da página do evento.
Com tudo isso, a rotina dos estudantes tem sido bem preenchida durante a pandemia. Aulas, trabalhos, atividades diversas e eventos online têm feito parte dos seus dias. Naturalmente, há necessidade de uma mudança de foco, já que os recursos tecnológicos requerem de plena atenção para que o conteúdo seja absorvido, o que torna o aprendizado mais eficaz.
Estudantes e professores com nova rotina
Para a estudante Rayssa Teixeira, do 6º período de Enfermagem e representante discente no CEPE (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão), a experiência tem sido agregadora.
“Eu acho que a melhor palavra para representar a experiência individual e coletiva com as atividades remotas certamente é desafio. A situação tem sido desafiadora para os alunos, professores e famílias. Mas, ao mesmo tempo, é muito gratificante chegar tão perto de finalizar o semestre letivo e perceber que tanta coisa foi construída remotamente! Conteúdos foram apreendidos e vivências foram feitas sim, e da melhor maneira que poderíamos ter, considerando o momento. Então, além de desafiadora, a experiência online é uma superação”. Ela acredita que todos sairão evoluídos dessa jornada inesperada. “Eu acho que sairemos melhores, ganhamos a força da tecnologia e a capacidade de se reinventar, e o melhor e mais bonito de tudo é saber que só ganhamos isso porque temos trilhado esse caminho juntos, e de mãos dadas”, afirma.
Já para Millani Albano, do 6º período de Direito, tem sido difícil se acostumar à essa rotina.
“O que tem sido mais complicado é essa adaptação, por não ter outro meio. É a única forma que a gente tem para não se prejudicar, o problema é que enquanto você já está acostumado com o ambiente e a rotina da faculdade, é totalmente diferente estudar em casa. Acredito que não só para mim, mas para os professores também, pois esse é o único meio de eles ensinarem, sendo que alguns não tinham tanto contato com a internet e tiveram que se adequar. Para vários alunos que, como eu, só usavam a videoaula para complementar o conteúdo da sala de aula, é complicado ter que transferir todo o aprendizado para casa, já que as aulas se tornam muito cansativas. Mas é uma medida necessária e espero que essa situação não dure muito tempo”, afirmou.
Essa adaptação também foi evidenciada para muitos professores. O momento acelerou processos e todos tiveram que lidar com os desafios que o uso da tecnologia traz, mas, também, aproveitar o potencial que as ferramentas possibilitam, especialmente de forma pedagógica. A professora Rosângela Cabral foi uma das que passaram por esse processo e hoje considera válida a transição.
“No início, passamos por um treinamento intensivo, mesmo assim, a adaptação me causou uma sensação de impotência, pois não saberia como ia ser. Tinha receio em relação à percepção dos estudantes sobre o ensino e como manter a qualidade na construção do conhecimento. O que mais preocupava era não ter o feedback dos estudantes, se estavam se apropriando. Mas ao longo das aulas os retornos foram vindo, e descobrimos uma nova forma de ensinar e aprender. Como perspectiva para o futuro, acredito que o ensino presencial e o virtual são complementares, sendo uma nova realidade a partir de agora”, destacou.
Um esforço necessário
A manutenção do funcionamento da instituição também se deu em outros setores, como Secretaria, Financeiro, Comunicação, entre outros. Por meio do serviço Atendimento Online, foram registrados mais de 800 atendimentos, com demandas do cotidiano sendo resolvidas, como pedidos de diploma, certificados, demandas acadêmicas, pedidos de ajuste financeiro, entre outros.
De acordo com a coordenadora de Ensino da Asces-Unita, Lícia Vasconcelos, a contribuição que essas iniciativas prestam é ampla.
“Estamos oferecendo diversas atividades que podem ajudar nossa comunidade a atravessar essa crise sanitária com mais leveza, segurança e conhecimento científico. Os temas são diversos, mas, em geral, possuem um eixo comum: iniciativas que contribuam para a formação de pessoas e profissionais qualificados e humanizados, prontos para atuar nos novos tempos”, frisou.
O esforço para oferecer o ensino online tem sido feito de maneira global, já que a maioria das universidades do mundo precisaram dessa adaptação para não interromper as atividades, como foram os casos da Universidade Stanford (EUA), Universidade Livre de Berlim (Alemanha), Universidade de Cambridge (Inglaterra), entre outras.
Uma continuidade que garante acúmulo de conhecimento, como destaca o reitor da Asces-Unita, Paulo Muniz Lopes.
“Foi importantíssimo não interromper as atividades acadêmicas, pois sabemos que essa crise irá passar, e ao final delas, deveremos ter acumulado o conhecimento, através das nossas atividades, programas acadêmicos, programas pedagógicos e os programas das disciplinas”, pontuou.