Saúde Coletiva: Uma profissão que objetiva identificar e sanar os problemas dentro da temática atual do SUS
Com o intuito de auxiliar a execução das demandas a cargo do Sistema Único de Saúde (SUS), foi criado o curso superior em Saúde Coletiva. O profissional formado nesta graduação tem como principal objetivo identificar e sanar os problemas dentro da temática atual do SUS, já que o modelo vem gerando falhas, o que compromete sua eficácia de trabalho.
O SUS é um programa de saúde desenvolvido pelo Governo Federal em 1988. Nasceu com a missão de ser um modelo de atendimento a saúde gratuito e de qualidade. Infelizmente, a realidade enfrentada pelo Sistema é muito diferente do que o proposto. Isso implica na eficácia de seus serviços prestados e na recuperação dos pacientes. Por conta disso, o graduado em Saúde Coletiva trabalha no pilar das necessidades atuais do Sistema, para que assim possa ser fortalecida a capacitação da gestão dos serviços relacionados à saúde.
Mesmo ainda não sendo uma profissão regulamentada, o graduado em Saúde Coletiva pode atuar como Sanitarista. Este segmento, inclusive, vem sendo uma das mais buscadas por aqueles que se formam no curso. Anteriormente, ela só era exercida por pós-graduados desta área.
O profissional formado em Saúde Coletiva possui bagagem necessária para ser considerado um agente transformador do perfil sanitário do país ou de determinada região, além de ser o responsável direto para a consolidação de práticas consideradas mais adequadas e corretas no que diz respeito à saúde da população.
Diferença entre Saúde Coletiva e Saúde Pública
Apesar de terem nomes semelhantes, há uma diferença no que diz respeito aos termos “Saúde Coletiva” e “Saúde Pública”. O primeiro termo refere-se a um movimento sanitário de caráter social que surgiu no SUS e que integra questões sociais junto ao trabalho de políticas de saúde pública. Já o segundo tem como característica o conjunto de ações e demais serviços de caráter sanitário que visam combater e prevenir patologias que possam colocar em risco a saúde de determinado grupo. Deve-se reforçar que toda saúde pública é coletiva, no entanto, nem toda saúde coletiva é realmente pública.
Público-alvo
Por ser um segmento muito amplo e envolver uma área delicada, que é a da saúde, o curso destina-se aqueles que tenham interesse em atuar em questões ligadas ao bem-estar social e sanitário, sendo necessário ter a ética como pilar de trabalho, além de ter facilidade em questões ligadas à administração, fiscalização e coordenação de atividades em grupo.
Mercado de Trabalho
Apesar de ser uma profissão muito recente, o mercado de trabalho se mostra bastante promissor e amplo, podendo o profissional de Saúde Coletiva trabalhar tanto na esfera pública como também na privada. Há, ainda, a possibilidade da atuação em segmentos do Terceiro Setor, como associações de moradores ou sindicatos de trabalhadores e patronais.
Formas de Atuação
De acordo com a Universidade de Brasília (UnB), uma das instituições pioneiras na oferta do curso de graduação, o profissional poderá trabalhar em diferentes segmentos relacionados à área prática da saúde, tanto no âmbito privado quanto público, governamental ou não, como já citado anteriormente.
Em cargos públicos, a atuação poderá ser feita através de programas governamentais do Ministério da Saúde; Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Postos de Saúde. Já no setor privado, é possível executar atividades por meio de empresas de planos de saúde; indústrias farmacêuticas e hospitais.
Campos de Atuação
Dentre algumas das áreas de execução de atividades do profissional de Saúde Coletiva estão:
Gestor de Saúde
(Desenvolvendo atividades relacionadas à análise de determinada situação ou contexto de saúde, seja de um lugar, cidade, serviço o até mesmo país);
Sanitarista
(Realizando fiscalização e auditorias de medidas preventivas e de caráter social no segmento de vigilância em saúde, seja ela de cunho ambiental, epidemiológica ou do trabalhador);
Auditoria
(Acompanhamento e avaliação de políticas e pareceres de programas e serviços de interesse à saúde);
Promoção da Saúde
(Planejamento e execução de ações que visem a melhoria das condições e recursos referentes à saúde de um determinado grupo ou a população como um todo);
Supervisão
(Coordenação e gerenciamento de unidades, centros e polos de saúde de determinado bairro, região, cidade ou estado);
Educação em Saúde
(Atuação como representante ou palestrante de políticas relacionadas à saúde coletiva, trabalhando no papel de educador da população como um todo, seja em bairros, escolas ou até mesmo diretamente com trabalhadores.)
Regulamentação da profissão
A profissão ainda não é regulamentada, mas a pauta já está em discussão para a aprovação da atividade de Sanitarista. No entanto, para que haja o reconhecimento da Saúde Coletiva como profissão, também se faz necessário que além da regulamentação seja feita uma mudança na Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS), nº 287, de 08 de outubro de 1998, que relaciona as categorias de profissionais de saúde de ensino superior.
Remuneração média
Especialistas da área afirmam que ainda é cedo levantar um teto salarial para este profissional, já que a gama de setores de atuação do graduado é muito extensa. De acordo com levantamentos realizados pelo portal Catho, um administrador hospitalar pode ganhar entre R$ 3.500 e R$ 8.300. Já na carreira pública, por meio de concursos, os salários variam de R$ 1.000 a R$ 10.000. Um sanitarista neste mesmo setor chega a ter salários variando de R$ 5 a R$ 6 mil.
Exigências para o exercício da profissão
Como não há um conselho e lei que regulamentem a profissão de Saúde Coletiva, ainda não se faz necessário a inscrição em algum órgão regulador para exercer as atividades, sendo exigido somente do profissional o diploma de graduação.
Fonte: Mundo Educação UOL