Na 23ª edição da competição, o país conquistou o terceiro lugar na classificação geral, à frente dos ibero-americanos e de nações como Inglaterra, França, Canadá e Alemanha. O evento ocorreu entre 22 e 29 de julho em Pattaya, na Tailândia.

Felipe Abella Cavalcante Mendonça de Souza, que participou pelo Colégio Geo, de João Pessoa – onde estudou até o fim de 2010 e atualmente é aluno da Universidade Federal de Campina Grande –, foi o responsável pelo fato inédito ao conquistar 598 pontos, dos 600 possíveis.

Souza ficou atrás de apenas dois estudantes, Gennady Korotkevich, da Bielo-Rússia (1º lugar, com 600 pontos), e Haoqiang Fan, da China (599 pontos), que também levaram ouro.

Os outros três competidores da equipe brasileira, Renato Ferreira Pinto Júnior (Colégio Objetivo de São Paulo), Caíque Porto Lira (Colégio Farias Brito, Fortaleza) e Marcos Massayuki Kawakami (Colégio Etapa de São Paulo), conquistaram medalhas de bronze.

Cerca de 80 países participam todos os anos da IOI, com equipes de até quatro alunos com idades entre 11 e 19 anos. Neste ano, a olimpíada contou com 304 jovens, que competiram individualmente resolvendo tarefas de programação de computadores.

Para participar da edição internacional, os estudantes brasileiros são selecionados por meio da Olimpíada Brasileira de Informática (OBI). A competição é promovida anualmente pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e coordenada pelo professor Ricardo Anido, do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (IC-Unicamp).

Anido explica que o processo de classificação na OBI está dividido em três fases, com cinco modalidades cada. Na primeira delas, as provas eliminatórias são realizadas nos colégios. Na segunda, os que têm melhor pontuação participam de uma competição que é realizada, a cada ano, em uma capital do Brasil.

“Dessas duas primeiras etapas, de um universo que se inicia, geralmente, com cerca de 20 mil alunos, selecionamos os 12 melhores. Depois, há uma seletiva na Unicamp, da qual saem os quatro melhores que irão representar o Brasil na IOI”, disse à Agência FAPESP.

O professor contou que apenas os alunos da modalidade avançada – composta por estudantes do ensino médio e conhecida por “programação nível 2” – conseguem concorrer à seleção da IOI.

Para Anido, o problema para a participação tardia no torneio internacional não está na idade dos competidores, mas no sistema educacional do Brasil. “Tanto na China como na Rússia, e em alguns países do Leste Europeu, os estudantes têm, desde o equivalente ao nosso ensino fundamental, aulas de programação na grade curricular. Por conta disso, adquirem uma base matemática muito boa. Já na maioria das nossas escolas, não temos nem aulas de informática”, destacou.

Mais informações: www.ioi2011.or.th/results e olimpiada.ic.unicamp.b

Fonte: Agência FAPESP