Vida, obra e caminhos de Gonzagão, agora disponíveis em livro e na internet
O maior ícone da música popular nordestina agora tem uma publicação inteira em sua homenagem. Luiz Gonzaga do Nascimento é analisado em 102 páginas, sob a perspectiva de técnicos da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e de integrantes do Programa de Especialização em Patrimônio do Governo do Estado que fazem parte de uma equipe de historiadores, jornalistas, arquitetos e turismólogos. O trabalho está disponível em duas versões: uma impressa e outra digital, no portal Pernambuco Nação Cultural (www.nacaocultural.pe.gov.br).
Mais do que informações sobre o compositor, a cartilha Luiz Gonzaga: Patrimônio Vivo na Memória do Povo Brasileiro traz um inventário completo sobre os ambientes de origem e memória do artista. Trata-se de uma compilação de 10 textos em que se revela o sucesso provocado pelo surgimento e consolidação, em todo o Brasil, do Baião, além de apontar importantes fatores que influenciaram a música e a história de Gonzaga.
Nascido na fazenda Caiçara, no município de Exu, no Sertão do Araripe, em 13 de dezembro de 1912, Luiz Gonzaga foi o segundo rebento do casal Dona Santana e Seu Januário, de uma prole composta por nove filhos. É autor de clássicos da música brasileira, como Asa Branca e Baião. Quem se interessa pela obra do autor pode utilizar a cartilha com fonte de pesquisa, uma vez que nela contém a discografia completa do artista, desde os discos em 78 rotações, lançados entre 1941 e 1963, passando pelos LPs tradicionais (entre 1961 e 1989) e as coletâneas (1955-1988).
Outro aspecto importante abordado é o passo-a-passo do caminho percorrido por Luiz Gonzaga ao longo da vida. Primeiro pela Serra do Sertão do Araripe, nos arredores da pequena cidade de Exu, em seguida, na capital pernambucana, para, só assim, ganhar as regiões Sul e Sudeste, onde o pernambucano se consagrou.
Entre outros temas que o leitor vai encontrar, estão as relações de Luiz Gonzaga com o surgimento do rádio no Brasil, a obra e o legado do artista, além .do patrimônio cultural de Exu e os “guardiões” da memória gonzagueana. No fim do livro, ainda é possível encontrar a produção bibliográfica e audiovisual relacionada à vida do compositor e indicações de leitura. Luiz Gonzaga faleceu em 2 de agosto de 1989, em conseqüência de um câncer, depois passar 42 dias internado em um hospital no Recife.
PATRIMÔNIO MATERIAL – Tombados pela Fundarpe, em julho de 2009, os ambientes de origem e memória de Luiz Gonzaga passam, agora, ser alvo de ações de preservação e proteção permanentes por parte do Estado. Dois ambientes foram considerados no processo de tombamento: a área funcional da antiga moradia de Januário (pai de Luiz Gonzaga), na Vila da Fazenda Araripe; e o Parque Aza Branca, com área de cerca de 3 hectares, onde se encontram a Casa de Luiz Gonzaga, o Museu do Gonzagão, o Mausoléu, Pousadas Santana e Januário e a Casa de Januário.
CONTEÚDO ONLINE – A cartilha Luiz Gonzaga pode ser acessada, gratuitamente, de qualquer parte do mundo, por meio do portal Pernambuco Nação Cultural, no link http://www.nacaocultural.pe.gov.br/luiz-gonzaga-patrimonio-vivo-na-memoria-do-povo-brasileiro/. Além da publicação, o internauta pode conferir outros 180 conteúdos, entre textos, imagens e notícias sobre o patrimônio cultural pernambucano. Todo o material está disponível para download. A publicação de materiais ligados à preservação cultural faz parte da política adotada pela Fundarpe no setor. Além dessa iniciativa, técnicos da Fundação percorrem todas as 12 Regiões de Desenvolvimento, realizando oficinas de educação patrimonial, com o objetivo de formar multiplicadores que possam repassar a mensagem da proteção e conservação dos bens materiais e imateriais de cada cidade.