Novo presidente do TSE condena registro de candidatos com processos
Se depender do novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), candidatos que tiverem contas a prestar Justiça não poderão disputar os votos da população brasileira no futuro. Essa posição ficou clara no discurso de posse do magistrado sergipano, na noite dessa terça-feira (6), quando previu que o órgão terá que enfrentar fundamentais questionamentos para a qualidade de vida política do país, como o pedido de registro de "uma candidatura notoriamente identificada pela tarja de processos criminais e ações de improbidade administrativa, que, pelo seu avultado número, sinalizam um estilo de vida do mais aberto namoro com a delitividade".
Ayres Brito tomou posse para um mandato de dois anos, juntamente com o vice-presidente Joaquim Barbosa. Os dois vão comandar a organização das eleições municipais de outubro deste ano. Pelo sistema de rodízio na presidência do TSE, caberá a Joaquim Barbosa assumir a presidência e comandar o processo eleitoral de 2010, quando será escolhido o novo presidente da República.
O novo presidente da TSE aproveitou a presença dos presidentes da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), além do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e inúmeros outros políticos, para atacar a corrupção na política do país.
Segundo ele, falar de qualidade de vida política requer de um lado, "a eterna vigilância contra aqueles políticos que não perdem oportunidade para fazer de sua caneta um pé-de-cabra e, de outro, valorizar os que tornam a política a mais essencial a mais bonita, a mais realizadora de todas as vocações humanas: a vocação de servir a todo o povo".
O ministro Carlos Ayres Brito citou ainda outros temas que poderão ser enfrentados pela Justiça Eleitoral em sua gestão para melhorar a qualidade de vida política no país: fidelidade dos partidos aos seus programas; partidos com proprietários ou donos, "cartorialmente oligarquizados, como se fossem a mais colonial das fazendas de gado"; regras de exclusão em que se traduzem o quociente eleitoral e o fenômeno das sobras de votos, que possibilitam a candidatos e partidos se apropriarem de sufrágios que não receberam da pia batismal das urnas".
Com informações da Agência Estado.