O avanço mais rápido da aids entre as mulheres do que entre os homens está ligado ao machismo. A opinião é da diretora da Rede Feminista de Saúde, Maria Luisa de Oliveira, para quem as desigualdades são responsáveis pelo fenômeno conhecido como feminização da aids.

“A contaminação se dá em função das formas das relações sociais, que hierarquizam homens e mulheres”, avalia Maria Luisa. ”Com a impossibilidade de negociar praticas sexuais seguras, pelo poder que não têm nas relações sexuais, as mulheres ficam impedidas de exigir a camisinha.”

No Brasil da década de 80 havia 25 casos de aids em homens para uma mulher infectada. Na última estatística, de 2006, a proporção passou a ser de 1,6 homens para uma mulher, sendo que entre adolescentes,  são 13 meninas com aids para cada 10 meninos.

“O parceiro entende que tem direito sobre o corpo da mulher e a violenta para ter sexo. Quando isso acontece com um homem contaminado implica o contágio da parceira.”, destaca a diretora do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), Ana Falú.

“Para diminuir esse flagelo na vida das mulheres, precisamos trabalhar a cidadania com acesso à educação, ao trabalho e ao direito de decidir sobre o seu corpo”, defende.

Dados do Ministério da Saúde mostram que 52% das mulheres infectadas não têm nenhuma escolaridade, ao indicar que a medida é a que mais se aproxima dos indicadores de pobreza.
 
Com informações da Agência Brasil.