Pílula do dia seguinte gera discussões no Recife
Após o anúncio feito pela Prefeitura da Cidade do Recife (PCR), por meio da Secretaria Municipal de Saúde, afirmando a distribuição da pílula do dia seguinte para as mulheres, durante o carnaval, uma breve discussão foi formada sobre o caso.
O bispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom José Cardoso Lima Sobrinho, declarou que os fiéis que praticam ou incentivam o uso da camisinha e do contraceptivo de emergência estão passíveis de serem excomungados da Igreja Católica, dizendo que a pílula é abortiva.
Entidades representativas que trabalham em defesa da mulher, visando garantir o direito de uso da pílula entraram com uma representação junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra a Arquidiocese de Olinda e Recife. Segundo o órgão, o objetivo foi garantir os direitos sexuais e reprodutivos das foliãs.
Caso seja aprovada a representação, o atendimento será feito por médico e enfermeiros nos postos de saúde a serem instalados no Marco Zero e na Praça da Independência, no centro da cidade.
Além da distribuição do medicamento, no entanto, haverá orientação sobre o uso inadequado da contracepção de emergência e estímulo à utilização de preservativo, além da distribuição de um kit, com camisinhas masculina e feminina, além da pílula do dia seguinte.
A promotoria de saúde do MPPE, afirmou que o órgão vai se posicionar sobre o caso até a próxima quarta-feira.
A pílula é um método de anticoncepção de emergência utilizada para evitar uma gravidez indesejada. Para fazer o efeito desejado, deve ser tomada até 72 horas após a relação sexual sem proteção.
Desde 2003, este método é ofertado na rede municipal de saúde e em 2007, passou a ser oferecido também nos postos durante o carnaval. De acordo com a prefeitura, nenhuma mulher procurou o método durante folia do ano passado.